Por Emerson Pereira – Foto Divulgação CCR Metrô
O crescimento de Salvador sempre caminhou lado a lado com o avanço da mobilidade. A cada nova via aberta, corredor implantado ou estação inaugurada, a cidade se expandia em direção a novas áreas, transformando a paisagem urbana e criando oportunidades de moradia, comércio e trabalho.
No início do século XX, os bondes elétricos foram os primeiros grandes vetores de desenvolvimento. Eles conectavam o Centro a regiões como Barra, Rio Vermelho e Itapagipe, e ao longo dos trilhos surgiram novos comércios, residências e equipamentos urbanos. Onde o bonde passava, o bairro crescia.
Com o passar das décadas e a popularização dos ônibus, a expansão urbana se intensificou. A Avenida Paralela, implantada nos anos 1970, foi um dos principais eixos de transformação da capital. A partir dela surgiram bairros como Mussurunga e Bairro da Paz, que se consolidaram justamente pela facilidade de acesso e pela conexão com outras regiões da cidade.
De forma semelhante, o eixo da BR-324 teve papel fundamental na formação de áreas como Cajazeiras, Águas Claras e Palestina, onde a infraestrutura viária atraiu conjuntos habitacionais e, posteriormente, linhas de transporte e terminais.
Em um contexto mais moderno, essa relação entre mobilidade e desenvolvimento urbano continua evidente. A implantação do metrô, a criação de corredores do BRT e os novos terminais integrados mudaram a dinâmica da cidade, valorizando o entorno de estações como Pirajá, Mussurunga e Águas Claras, que ainda receberá a nova rodoviária de Salvador. O futuro VLT do Subúrbio, por sua vez, deve reconfigurar o desenvolvimento do Subúrbio Ferroviário, ligando bairros antes isolados ao restante da cidade.
E quando ampliamos esse olhar para o estado da Bahia, o impacto da mobilidade ganha outra dimensão. Se o projeto da ponte Salvador-Itaparica for realmente concretizado, os efeitos econômicos e sociais podem alcançar centenas de cidades, estimulando o turismo, o comércio e a circulação de pessoas e mercadorias por toda a região.
Muitas vezes, o cidadão não percebe como a mobilidade e o desenvolvimento estão interligados. Mas cada novo eixo viário, terminal ou estação representa muito mais do que uma obra de transporte — é um agente de transformação urbana e social, capaz de moldar o presente e o futuro da cidade.





