Cinco anos após a pandemia, transporte coletivo ainda opera com demanda abaixo do nível pré-Covid

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Por Emerson Pereira – Foto Prefeitura de São Paulo

Mesmo após mais de cinco anos da pandemia, o transporte coletivo por ônibus no Brasil ainda não recuperou totalmente o volume de passageiros transportados antes da crise sanitária. Dados do Anuário NTU 2024–2025, que monitora a oferta e a demanda em 19 sistemas das principais capitais e regiões metropolitanas do país, mostram que, em abril de 2025, a demanda média do setor atingiu 86% do nível registrado em 2019.

Desde agosto de 2022, o número de passageiros oscila entre 80% e 86% do patamar pré-pandemia. Apenas Brasília e Goiânia conseguiram restabelecer integralmente a demanda anterior à Covid-19. Em contrapartida, cidades como Belo Horizonte (transporte metropolitano intermunicipal), Manaus (sistema municipal) e Porto Alegre (metropolitano intermunicipal) permanecem bem abaixo da média nacional, com 66%, 67% e 60% da demanda, respectivamente.

A oferta de serviço, por outro lado, vem se mantendo ligeiramente acima da demanda desde meados de 2022, alcançando 89% em abril de 2025. O cenário indica que as operadoras têm mantido a disponibilidade de viagens mesmo com a redução no número de usuários — uma tentativa de evitar sobrecarga nos horários de pico e garantir a regularidade das linhas.

Em Salvador, os impactos da pandemia e das transformações no sistema Integra continuam sendo sentidos. Durante o período, o sistema perdeu um de seus operadores, o Consórcio Salvador Norte (CSN), que retirou cerca de 800 ônibus de circulação. Além disso, desde a implantação do metrô, a queda na receita das empresas de ônibus obrigou a prefeitura da capital baiana a subsidiar parte da operação para manter o equilíbrio financeiro. Atualmente, a tarifa cobrada dos passageiros é de R$ 5,60, enquanto a gestão municipal complementa R$ 0,42 por passagem registrada — uma medida que busca evitar novos reajustes e sustentar o sistema, mesmo com Salvador figurando entre as capitais com a passagem mais cara do país, considerando o modelo de integração intermodal.

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