Por Emerson Pereira – Foto Prefeitura de São Paulo
Imagine saber, em tempo real, onde há um engarrafamento na cidade, qual terminal de ônibus está mais cheio ou até mesmo se uma via precisa de manutenção urgente. É com esse tipo de tecnologia que Salvador quer avançar, inspirada em uma experiência de sucesso já em operação na maior metrópole do país.
Em São Paulo, o programa Smart Sampa vem se destacando por usar tecnologia de ponta para melhorar a segurança na maior cidade do país. Com o enorme sucesso obtido na segurança, outras tecnologias estão sendo implementadas para aprimorar a gestão urbana — especialmente no trânsito e na mobilidade. Câmeras inteligentes, inteligência artificial, leitura de placas, reconhecimento facial e integração entre diferentes órgãos públicos ajudam a monitorar semáforos, terminais de ônibus, pontos de lentidão e situações críticas nas vias, oferecendo respostas mais rápidas e eficientes à população.
Mais de 1500 prisões foram realizadas pela Polícia Municipal de São Paulo em menos de 1 ano, resultado de uma poderosa ferramenta de identificação facial
Salvador agora se movimenta para seguir esse caminho. A Prefeitura está em fase de implantação de um grande Centro de Controle e Operações, que reunirá, em um mesmo espaço colaborativo, equipes da SEMOB, Transalvador, Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Secretaria de Saúde, Secretaria de Manutenção e outros órgãos. O objetivo é simples: integrar informações e agilizar a tomada de decisões para que a cidade funcione melhor.
Recentemente, uma comitiva soteropolitana visitou o Smart Sampa, em São Paulo, para conhecer de perto como funciona a operação. Por lá, são mais de 23 mil câmeras conectadas, muitas com inteligência artificial capaz de identificar pessoas procuradas, veículos com restrição de furto e roubo, incidentes de trânsito, interdições, acidentes e até mesmo aglomerações em terminais e estações de transporte coletivo.
Essa tecnologia permite uma atuação quase imediata. Se um semáforo para de funcionar, a central é alertada. Se há um ônibus quebrado bloqueando uma via, o sistema reconhece e aciona o órgão competente. Se o fluxo em um terminal está fora do padrão, uma equipe pode ser deslocada para o local. Tudo isso com base em dados e imagens em tempo real.
Mais do que segurança pública — que também é beneficiada pelo sistema — o foco está na eficiência urbana. Cuidar da mobilidade com inteligência é garantir que o cidadão perca menos tempo no trânsito, tenha acesso mais confortável ao transporte público e se sinta mais seguro ao circular pela cidade.
Para uma metrópole como Salvador, que ainda enfrenta desafios com congestionamentos, falhas pontuais na operação do transporte e episódios climáticos extremos, um centro integrado com tecnologia de ponta pode representar uma virada de chave. E o que se viu em São Paulo mostra que é possível.
A expectativa é que, com o novo observatório municipal, Salvador consiga mapear gargalos, planejar intervenções com base em dados reais e oferecer um serviço mais ágil e inteligente para quem vive o dia a dia da cidade — seja nos ônibus, no trânsito ou nas calçadas.
Com a mobilidade como uma das prioridades, e a tecnologia como aliada, Salvador dá sinais de que está pronta para entrar em uma nova era de gestão urbana.