Problema no metrô escancara falta de um plano de emergência eficiente em Salvador

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Por Emerson Pereira – Foto Ulisses Dumas

A paralisação de um trem na manhã desta sexta-feira (13), nas imediações da Estação Bom Juá, mais uma vez expôs a fragilidade do sistema de transporte sobre trilhos em Salvador diante de situações de emergência. Passageiros precisaram descer nos trilhos e caminhar até a estação mais próxima, enquanto o funcionamento do metrô foi parcialmente suspenso, gerando um verdadeiro caos em várias estações da Linha 1. Na Estação Águas Claras, por exemplo, as catracas foram travadas e a aglomeração rapidamente se formou, com passageiros sem informações e sem alternativas viáveis de deslocamento.

O episódio evidencia uma necessidade urgente: Salvador precisa de um plano de contingência mais ágil e eficaz para lidar com falhas no metrô. Atualmente, quando o metrô para, a sobrecarga no sistema de ônibus é imediata e recorrente.

Embora exista um acordo chamado PAESE (Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência), firmado entre a CCR, empresas do sistema Integra e a Secretaria de Mobilidade de Salvador (Semob), o plano tem se mostrado lento para ser ativado e pouco eficaz na prática. Passageiros seguem desassistidos por longos períodos, acumulando atrasos, frustração e insegurança.

Para efeito de comparação, o PAESE coordenado pela SPTrans em São Paulo é um exemplo de resposta rápida e articulada. Na capital paulista, o plano é colocado em prática quase imediatamente após qualquer falha significativa nos trilhos, com ônibus de frota reserva e sinalização adequada para orientar os passageiros. A eficiência do modelo paulistano mostra que é possível minimizar os impactos de imprevistos com planejamento e agilidade.

Problemas técnicos e falhas operacionais são inevitáveis em qualquer grande sistema de transporte, mas soluções preventivas e reativas precisam estar preparadas e estruturadas. O metrô de Salvador transporta quase 400 mil pessoas por dia — número significativo demais para depender apenas de improvisos em momentos críticos.

O SóMob continuará acompanhando a situação e reforça a importância de medidas urgentes para garantir mais segurança, transparência e alternativas reais aos usuários do transporte público da capital baiana.

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