Por Emerson Pereira – Foto Valter Pontes/Secom PMS
A mobilidade urbana é um dos pilares de uma cidade funcional, e os ônibus desempenham um papel central nesse cenário. No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) classifica os ônibus urbanos em categorias distintas, com base no porte e na capacidade de transporte de cada veículo. São elas: micro-ônibus, miniônibus, midiônibus, ônibus convencional, padron, articulado e biarticulado.

Cada tipo atende a diferentes demandas, considerando o volume de passageiros, as condições das vias e a existência — ou não — de sistemas exclusivos, como os corredores de ônibus.
Confira as principais categorias definidas pela norma ABNT NBR 15570/2011:
- Midiônibus (Midibus) – Menor que o modelo convencional, é indicado para vias estreitas ou linhas com menor fluxo de passageiros.
- Convencional – O mais comum nas cidades brasileiras, possui capacidade média e ampla aplicação nas redes urbanas de transporte.
- Padron (Trucado ou com terceiro eixo) – Com maior capacidade que o convencional, é voltado a corredores com volume elevado de usuários.
- Articulado e Biarticulado – Conhecidos como “sanfonados”, esses onibus contam com uma articulação central, transportam grande quantidade de passageiros e operam em corredores exclusivos de BRT. Quando contam com duas articulações, são classificados como biarticulados.
A frota em Salvador: diversidade e desafios
Em Salvador, a frota de ônibus é composta por diferentes tipos de veículos, distribuídos entre os sistemas convencional, complementar e BRT. A variedade busca atender desde bairros de menor densidade até os corredores de transporte mais movimentados.
- Miniônibus – Usados no sistema convencional (micros do Integra), circulam em áreas de difícil acesso, localidades com ruas estreitas e/ou locais com baixa demanda de passageiros.
- Midibus – Operam no Serviço de Transporte Especial Complementar (STEC), atendendo comunidades com menor oferta de transporte.
- Convencionais – Representam a maior parte da frota do sistema Integra, operando na maioria das linhas dos bairros da capital.
- Padron (Convencional ou Trucado) – Integrantes do BRT Salvador, devido ao seu porte e corredores mais amplos, oferecem maior capacidade de transporte e são utilizados em vias exclusivas do sistema.
- Articulados – Os populares “sanfonados” operam nas linhas do BRT, garantindo maior eficiência e ampliando a capacidade de transporte no modal.
Superlotação e necessidade de ajustes
Apesar da variedade de modelos, Salvador ainda enfrenta desafios importantes na gestão da frota. Muitas linhas de alta demanda seguem operando com veículos convencionais de menor capacidade, o que agrava a superlotação e compromete a qualidade do serviço.
Para evoluir, a cidade precisa investir na ampliação da frota de veículos maiores no sistema Integra, e de articulados no BRT. Essa adequação pode melhorar significativamente a eficiência do transporte público e o conforto dos passageiros.
O equilíbrio entre o tipo de ônibus, a demanda de cada linha e a infraestrutura disponível é fundamental para oferecer um serviço mais eficiente, seguro e sustentável à população.