Combustível E30 reforça protagonismo do Brasil na transição energética

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O Brasil deu um passo estratégico na transição energética ao elevar para 30% a proporção de etanol na gasolina. A medida, aprovada pelo Ministério de Minas e Energia, consolida o E30 como novo padrão nos postos de combustíveis e reforça o papel dos biocombustíveis na matriz energética nacional.

Foto: Divulgação.

Redução de emissões sem mudanças estruturais

O aumento de 3% no teor de etanol pode parecer modesto, mas representa um avanço significativo. O país possui infraestrutura pronta para adotar o E30 sem necessidade de alterar bombas, motores ou veículos. A mudança permitirá reduzir a emissão de CO₂ em 1,7 milhão de toneladas por ano — o equivalente a retirar cerca de 720 mil carros a gasolina das ruas diariamente.

Além disso, o uso do etanol diminui em mais de 70% as emissões de material particulado (MP), poluente associado a doenças respiratórias e cardiovasculares, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Eficiência comprovada

Estudo do Instituto Mauá de Tecnologia, que avaliou 29 modelos de carros e motos com a nova mistura, confirmou que o E30 é seguro, viável e eficiente. Não houve perda de desempenho nem aumento no consumo. Pelo contrário: o combustível apresentou melhor octanagem, o que favorece o funcionamento dos motores e pode gerar mais economia.

Menos importação, mais autonomia

O avanço do etanol também tem impacto geopolítico. O Brasil importa cerca de 760 milhões de litros de gasolina por ano. Com o aumento da mistura e a expansão da produção — inclusive de etanol de milho — o país pode reduzir essa dependência, fortalecendo sua autonomia energética e econômica.

Etanol puro como próximo passo

Com uma frota de 39 milhões de veículos leves, dos quais 80% são flex, o Brasil também pode ampliar o uso do etanol hidratado (E100). A medida potencializaria ainda mais os benefícios ambientais e econômicos da transição energética.

Liderança com identidade própria

Às vésperas da COP-30, o Brasil mostra que é possível liderar com soluções locais, sustentáveis e escaláveis. Em vez de seguir modelos externos baseados em baterias e lítio, o país aposta em biocombustíveis — uma alternativa imediata, verde e alinhada à sua vocação agrícola e tecnológica.

Com informações do Estadão Mobilidade.

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