Mudança na Uber para quatro passageiros gera atrito com motoristas e afeta experiência dos usuários

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Desde novembro de 2024, a Uber passou a permitir até quatro passageiros por corrida, liberando novamente o uso do banco dianteiro — prática que havia sido suspensa durante a pandemia de Covid-19. A medida, anunciada como uma forma de otimizar deslocamentos em grupo e reduzir o tempo de espera, reacendeu tensões entre motoristas e usuários e trouxe novos desafios à dinâmica do transporte por aplicativo.

Foto: Divulgação.

A flexibilização, embora bem recebida por parte dos passageiros, tem enfrentado resistência entre motoristas parceiros. Muitos condutores alegam que não se sentem confortáveis em transportar alguém no banco da frente, citando questões de segurança, ergonomia e proximidade física. O receio com o acionamento do airbag e o histórico de restrições sanitárias também influenciam a decisão de manter o limite anterior de três ocupantes.

Como consequência, relatos de cancelamentos aumentaram significativamente. Passageiros que solicitam corridas com quatro pessoas têm enfrentado recusas frequentes ou, em alguns casos, tentativas de cobrança adicional pelo quarto assento — prática não autorizada pela plataforma. A Uber afirma que motoristas que recusam corridas sem justificativa podem ser penalizados e orienta os usuários a registrarem qualquer comportamento inadequado pelo aplicativo.

A mudança também gerou confusão entre os usuários, especialmente aqueles que alternam entre diferentes plataformas. A concorrente 99, por exemplo, mantém o limite de três passageiros por corrida, o que cria uma assimetria de regras e expectativas. A falta de alinhamento entre os aplicativos tem sido apontada como um fator de desgaste na experiência dos consumidores.

Em nota, a Uber defende que a nova configuração busca tornar o serviço mais eficiente e acessível, especialmente para grupos que desejam dividir os custos da viagem. No entanto, a empresa reconhece que a adesão depende da confiança mútua entre motoristas e passageiros.

Especialistas em mobilidade urbana apontam que, embora a medida possa ampliar a oferta de corridas, ela esbarra em questões subjetivas como sensação de segurança e hábitos adquiridos durante a pandemia. A recomendação para os usuários é que informem previamente ao motorista sobre o número de passageiros e que consultem as diretrizes da plataforma antes de solicitar a corrida.

A discussão sobre o uso do banco dianteiro revela um impasse entre política corporativa e prática cotidiana. Enquanto a Uber tenta adaptar o serviço às novas demandas, motoristas pedem critérios mais claros e respaldo em situações de desconforto ou risco. A resolução desse conflito será decisiva para o futuro da plataforma e para a qualidade da experiência oferecida aos usuários.

Com informações do News Motor.

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