Por Emerson Pereira – Foto Divulgação PMSP
São Paulo acaba de ampliar o programa Abrigo Amigo, que transforma pontos de ônibus em espaços de acolhimento e proteção para quem espera transporte à noite. Agora, são 200 abrigos inteligentes espalhados pela cidade, contra 61 que funcionavam até o início do projeto.
Na prática, esses pontos contam com câmeras de alta resolução, microfones, alto-falantes e internet. Entre 20h e 5h, basta apertar um botão para acionar uma videochamada com uma agente treinada, que pode oferecer companhia virtual ou até acionar polícia e serviços de saúde em caso de emergência. Desde 2023, o programa já registrou 17 mil atendimentos e 285 ocorrências oficiais.
O prefeito Ricardo Nunes destacou que o projeto não gera custos para a Prefeitura e ainda pode se integrar a outros serviços públicos, como o SAMU e a Secretaria de Direitos Humanos. Segundo a Eletromidia, responsável pelo sistema, os locais foram escolhidos com base em informações da Secretaria de Segurança Pública, priorizando áreas onde mulheres costumam esperar sozinhas pelo ônibus durante a noite.
E Salvador?
Na capital baiana, os pontos de ônibus ainda são alvo constante de reclamações, seja pela falta de estrutura, seja pela sensação de insegurança. Um modelo como o de São Paulo poderia trazer mais tranquilidade para os passageiros, especialmente mulheres, e reforçar o espaço público como lugar de cuidado.
Com mais de 3 mil pontos de ônibus espalhados pela cidade, Salvador poderia iniciar um projeto piloto em áreas de maior vulnerabilidade — como o Subúrbio Ferroviário — ou em corredores movimentados, a exemplo da região do Iguatemi e da Avenida ACM.
Enquanto São Paulo mostra que é possível inovar sem custo direto para os cofres públicos, Salvador ainda não conta com nenhuma iniciativa parecida. A experiência paulista pode servir de inspiração para colocar a segurança do passageiro no centro da mobilidade urbana.