O maior recall da história ainda assombra a indústria automotiva

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O maior recall da história da indústria automotiva continua a reverberar globalmente, mesmo mais de uma década após sua descoberta. O caso envolve os airbags da Takata, fornecedora japonesa que produziu milhões de dispositivos com defeito, transformando um dos principais sistemas de segurança veicular em uma ameaça letal.

Foto: Divulgação.

O defeito que virou tragédia

O problema está no inflador dos airbags, uma cápsula metálica que abriga o propelente químico responsável por inflar o airbag em caso de colisão. A Takata utilizou nitrato de amônio como base para esse composto — uma substância instável quando exposta a calor e umidade por longos períodos.

Em vez de uma explosão controlada, o nitrato deteriorado pode gerar uma explosão violenta, rompendo a carcaça do inflador e lançando fragmentos metálicos em alta velocidade contra os ocupantes do veículo. Estima-se que esses estilhaços possam atingir até 320 km/h, causando ferimentos graves e até fatais.

Impacto global e números alarmantes

Desde que o defeito foi revelado em 2013, mais de 100 milhões de veículos foram afetados em todo o mundo, envolvendo 19 fabricantes diferentes. Ao menos 30 mortes e mais de 300 feridos foram oficialmente atribuídos ao problema1. No Brasil, cerca de 5 milhões de veículos foram convocados para o recall, mas quase metade ainda circula sem o reparo necessário.

Entre as marcas mais afetadas estão Honda, Toyota, Nissan, Volkswagen, Ford, Chevrolet, Fiat, Audi, BMW e Mercedes-Benz. A Honda, por exemplo, concentra o maior número de vítimas fatais no Brasil, com 12 mortes confirmadas.

A falência da Takata e a resposta da indústria

A gravidade do escândalo levou a Takata à falência em 2017. Desde então, montadoras e órgãos reguladores têm promovido campanhas de conscientização e substituição dos infladores defeituosos. No entanto, o desafio logístico de localizar e convencer os proprietários a realizar o recall permanece.

Além disso, o risco é maior em países com clima quente e úmido, como o Brasil, onde a degradação do nitrato de amônio ocorre mais rapidamente, aumentando a probabilidade de falhas catastróficas.

Por que o caso ainda assombra?

Mesmo com anos de esforços, milhões de veículos com airbags Takata ainda circulam pelas ruas. A persistência do problema levanta questões sobre responsabilidade corporativa, eficácia dos sistemas de recall e a necessidade de maior conscientização pública.

O caso Takata não é apenas um episódio isolado, mas um alerta permanente sobre os riscos da negligência na fabricação de componentes de segurança. Ele continua a assombrar a indústria automotiva como um lembrete de que a confiança do consumidor precisa ser conquistada — e mantida — com responsabilidade e transparência.

Com informações do Garagem 360.

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