A chegada dos veículos autônomos representa mais do que uma revolução tecnológica na indústria automotiva: ela pode redefinir o conceito de acessibilidade nas cidades. Ao eliminar a necessidade de intervenção humana na condução, essa tecnologia abre caminho para que idosos e pessoas com deficiência (PCD) tenham mais independência e autonomia em seus deslocamentos.
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Hoje, muitas pessoas enfrentam limitações físicas ou cognitivas que dificultam ou impedem a condução segura de um veículo. Com o avanço dos sistemas autônomos, essas barreiras tendem a desaparecer. O carro deixa de ser um bem operado por um motorista e passa a funcionar como um serviço sob demanda — conceito conhecido como TaaS (Transport as a Service). Nesse modelo, o usuário solicita o veículo por aplicativo, embarca e é levado ao destino sem precisar dirigir.
Segundo Murilo Ortolan, diretor de Tendências Tecnológicas da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), o carro autônomo pode ser adaptado com comandos de voz, reconhecimento tátil e interfaces personalizadas, desde o aplicativo até o interior do veículo. Isso garante que o sistema se ajuste às necessidades específicas de cada usuário, seja um idoso com mobilidade reduzida ou uma pessoa com deficiência visual.
Embora o cenário ideal ainda dependa de avanços em infraestrutura viária e regulamentações específicas, projetos já estão em andamento. Nos Estados Unidos, a Waymo — empresa da Alphabet, controladora do Google — opera serviços de transporte autônomo em cidades como Phoenix, São Francisco, Los Angeles e Austin. O funcionamento é semelhante ao de aplicativos de transporte, mas sem motorista.
Na Europa, a francesa Navya desenvolveu ônibus elétricos autônomos que circulam em rotas fixas em Lyon e Turim. Os veículos percorrem trajetos curtos com paradas estratégicas, oferecendo uma alternativa segura e eficiente para regiões empresariais e hospitalares.
Além da inclusão social, os carros autônomos também prometem reduzir acidentes, melhorar o fluxo urbano e democratizar o acesso ao transporte. Para que essa realidade se concretize, será necessário investimento público, adaptação das legislações e desenvolvimento de tecnologias que priorizem a experiência do usuário.
Com informações do Estadão Mobilidade.
