Com mais de um milhão de unidades emplacadas no primeiro semestre, o mercado brasileiro de motos caminha para um novo recorde em 2025. Os dados revelam crescimento não apenas nas vendas e na produção, mas também na diversidade de marcas que conquistam espaço no país. A Honda segue como líder absoluta, mas enfrenta redução na participação de mercado diante da ascensão de montadoras menores e recém-instaladas.

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Segundo a Abraciclo, associação que reúne os fabricantes instalados no Polo Industrial de Manaus, foram produzidas 1.088.835 motocicletas entre janeiro e junho deste ano — alta de 15,3% em relação ao mesmo período de 2024. Esse é o melhor desempenho da indústria nos últimos 14 anos. As vendas também registraram avanço: 1.029.298 unidades emplacadas, um aumento de 10,3% no semestre.
Para o presidente da entidade, Marcos Bento, o bom resultado reflete a força do setor como meio de transporte e ferramenta de trabalho no Brasil. O ritmo acelerado de produção tem sustentado a demanda, e a expectativa é de que o ano se encerre com cerca de 1,88 milhão de motos produzidas, crescimento de 7,5%, com projeção de vendas acima de dois milhões de unidades — 7,7% a mais que em 2024.
Apesar da liderança, a Honda viu sua participação de mercado cair de 70,76% para 67,67%, embora tenha aumentado o volume de vendas: 696.528 motos emplacadas, 6% a mais que no primeiro semestre do ano passado. A produção também subiu 18%, somando 773.994 unidades. A diferença entre produção e vendas se dá porque os dados de fabricação contemplam apenas marcas inseridas em Manaus, onde há incentivos fiscais, enquanto outras fabricantes, como Avelloz e Shineray, operam fora desse polo.
A Yamaha, segunda colocada no ranking, foi a única entre as grandes que registrou queda nas vendas. A marca japonesa vendeu 145.412 unidades no semestre, número 18 mil inferior ao registrado em 2024. Com isso, seu market share caiu de 17,52% para 14,13%. A retração ocorre em um momento de expansão geral do setor, acendendo alerta sobre sua posição de mercado.
Marcas pernambucanas como Shineray e Avelloz se destacaram. A Shineray, instalada na região de Suape, conquistou o terceiro lugar com 58.946 unidades vendidas, crescimento de 96% sobre o ano anterior. Já a Avelloz, com apenas três modelos no portfólio e fábrica na cidade de Paulista, dobrou suas vendas e alcançou o quinto lugar no ranking, com 14.408 motos emplacadas.
A Mottu, que monta a Sport 110 da indiana TVS em Manaus, aparece na quarta posição, com 43.858 unidades vendidas. A moto, além de ser oferecida para aluguel, está disponível ao consumidor final. Outra surpresa veio das marcas indianas: Royal Enfield e Bajaj cresceram expressivamente. A Royal alcançou 13.898 motos vendidas, enquanto a Bajaj somou 11.629 unidades, ampliando sua participação em mais de 200%.
Outras fabricantes que integram o ranking são Haojue, BMW e Triumph. Juntas, completam a lista das dez marcas mais vendidas no país entre janeiro e junho de 2025. A variedade de origens e modelos reflete um momento de renovação do mercado nacional, que já não se resume à dominância das marcas tradicionais.
Com informações do Estadão Mobilidade.