Por Emerson Pereira – Foto Arquivo/Prefeitura do Rio
O Brasil tem dado sinais positivos em relação à priorização do transporte público nas cidades, com um crescimento consistente na implantação de sistemas que visam melhorar a fluidez, o conforto e a eficiência da mobilidade urbana coletiva. Dados atualizados pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), referentes a fevereiro de 2025, apontam uma expansão significativa nos serviços voltados à priorização do transporte público em relação ao individual.
Atualmente, o país conta com 40 sistemas BRT (Bus Rapid Transit) em operação, um aumento relevante em comparação aos 34 sistemas registrados anteriormente. Os corredores exclusivos de ônibus também acompanharam essa tendência, saltando de 86 para 94 em funcionamento. Já as faixas exclusivas para ônibus, muitas vezes utilizadas em horários de pico nas grandes cidades, passaram de 226 para 237 unidades.
No total, 2.282,65 quilômetros de infraestrutura voltada à priorização do transporte coletivo já estão em operação. E os próximos anos prometem ainda mais avanços: estão em obras atualmente 950,98 quilômetros adicionais, o que reforça a importância crescente que governos municipais e estaduais vêm atribuindo à mobilidade urbana sustentável.
Entre os exemplos desse avanço está Salvador, que em 2022 iniciou a operação do seu sistema BRT, ligando a região do Iguatemi até a região do Itaigara. Em 2024, o sistema foi expandido até a Estação da Lapa, integrando-se a um dos maiores terminais da cidade. Agora, a Prefeitura de Salvador planeja implantar uma nova linha no formato BRS (Bus Rapid Service), conectando a Lapa ao Aeroporto, com veículos que deverão circular parte do trajeto em faixa exclusiva e parte em faixas prioritárias previstas para a orla, entre o Rio Vermelho e Itapuã. A proposta busca aumentar a eficiência do sistema mesmo em vias com espaço viário limitado, ampliando o alcance da mobilidade de média capacidade.

Para especialistas, esse avanço representa uma mudança importante de mentalidade nas políticas públicas. “Quando o transporte coletivo é priorizado com corredores exclusivos, faixas preferenciais e sistemas eficientes, ele se torna mais rápido e competitivo em relação ao carro particular, além de contribuir diretamente para a redução dos congestionamentos e das emissões de poluentes nas cidades”, destaca a NTU em seus relatórios.
A ampliação desses projetos demonstra que o poder público começa a reconhecer, de forma mais concreta, a necessidade de criar soluções que beneficiem o maior número de pessoas possível, estimulando o uso do transporte público em detrimento do transporte individual.
Ainda há desafios pela frente — como a modernização da frota, integração intermodal e tarifas acessíveis —, mas os investimentos em infraestrutura indicam um caminho promissor. E para os usuários que dependem diariamente dos ônibus, metrôs e trens urbanos, cada quilômetro de faixa exclusiva ou novo corredor pode significar minutos a menos no trajeto e mais dignidade na rotina.
Leia mais sobre mobilidade urbana e transporte coletivo no nosso portal.
📲 Acompanhe o SóMob nas Redes Sociais para análises, atualizações e bastidores da mobilidade nas cidades brasileiras.