Moradores de Cajazeiras 5 pedem criação de linha de ônibus que atenda bairro e facilite acesso ao metrô

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Por Emerson Pereira – Foto Lucas Moura/PMS

Moradores de Cajazeiras 5, um dos bairros mais populosos da região de Cajazeiras, em Salvador, vêm denunciando nas redes sociais um problema que afeta diretamente sua mobilidade diária: a ausência de uma linha de ônibus que atenda efetivamente o bairro e facilite o acesso ao metrô da capital baiana.

Desde a desativação da linha que ligava diretamente Cajazeiras 5 ao Aquidabã, o bairro enfrenta uma série de dificuldades de integração com o sistema de transporte público. Durante um período, uma linha que partia da Estação Pirajá com destino às Cajazeiras 6 e 7 passou a circular pelo bairro, mas essa opção foi interrompida com a inauguração do Terminal Águas Claras. Atualmente, os moradores precisam caminhar por até 2 quilômetros até o ponto mais próximo, localizado nas imediações da Escola Estadual Naomar Alcântara. Com isso, moradores dependem de ônibus que atendem bairros vizinhos e que passam pela via principal, como única alternativa para seguir seus trajetos diários.

A realidade tem imposto obstáculos especialmente severos a idosos, pessoas com deficiência e trabalhadores que chegam tarde do trabalho. Uma moradora, que preferiu não se identificar, relatou:
“Chego do trabalho todos os dias às 22h e preciso caminhar mais de 10 minutos para chegar em casa, muitas vezes no escuro, com medo e cansada. É muito difícil.”

A ausência de cobertura plena pelo sistema de transporte coletivo expõe uma lacuna na política pública de mobilidade urbana, ao não garantir o direito de deslocamento seguro e acessível a todos. A situação em Cajazeiras 5 é reflexo de uma lógica de planejamento que privilegia os grandes eixos e terminais, mas desconsidera as necessidades dos bairros próximos ao principais corredores viários.

Análise SóMob

A criação do Terminal Águas Claras, embora represente um avanço na reorganização do transporte da região, parece ter desconsiderado o impacto nos bairros periféricos adjacentes, como Cajazeiras 5. A substituição de linhas antigas por conexões centralizadas em grandes terminais pode ter otimizado trajetos em termos logísticos, mas gerou uma perda de capilaridade – elemento essencial para uma mobilidade verdadeiramente inclusiva.
Além disso, a lógica da integração plena via modais (ônibus + metrô), defendida na concepção do sistema Integra, não se sustenta quando parte significativa da população precisa caminhar longas distâncias ou sequer tem acesso à primeira etapa da jornada – o ponto de embarque.

E agora?

Moradores organizam manifestações pontuais nas redes sociais e em grupos de WhatsApp, cobrando da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) a reativação de uma linha que entre em Cajazeiras 5 ou a extensão de rotas existentes. A proposta é que pelo menos uma linha que vá ao metrô seja adaptada para retornar a atender o bairro por completo.

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