Por Emerson Pereira – Foto Reprodução SóMob
Pouco mais de um mês após sua abertura, no início de outubro, o Terminal de Campinas de Pirajá permanece subutilizado e, ao que tudo indica, caminha para repetir o destino dos terminais do Retiro e de Pituaçu, ambos marcados pela baixa ocupação operacional. Mesmo com o investimento de R$ 48 milhões realizado pelo Governo do Estado para erguer o equipamento, o espaço segue atendendo apenas quatro linhas de ônibus — uma do sistema Integra e três do STEC — número muito distante de sua capacidade.
Atualmente, operam no local as seguintes linhas:
- 1800 – Terminal Campinas x Oscar Seixas/Dique do Cabrito
- L111 – Baixa do Fiscal/Lobato – Terminal Campinas/Brasilgás
- L210 – Terminal Campinas/Brasilgás – Aeroporto
- L509 – Terminal Campinas/Brasilgás – Itapuã
Localizado entre os terminais de Pirajá e Águas Claras, o novo terminal poderia atuar como um ponto de equilíbrio na distribuição da demanda, especialmente considerando que ambos os terminais vizinhos operam no limite e acumulam queixas por superlotação e desconforto. No entanto, o Terminal de Campinas permanece praticamente vazio, sem receber o volume de linhas inicialmente esperado.
Apesar de a Secretaria de Mobilidade ter prometido direcionar novas linhas — atribuição que cabe à prefeitura — nenhuma mudança foi implementada até agora. Um dado agrava o cenário: cerca de 20 linhas do Integra passam diariamente em frente ao terminal sem acessá-lo, reforçando a percepção de subutilização.
Paralelamente, o novo terminal repete problemas já vistos em outras estruturas recentes: pátio reduzido, acessos complexos e localização pouco intuitiva, situada entre dois grandes bairros, o que dificulta a compreensão e o uso pleno do equipamento. O acesso à BR-324 também é delicado, e a saída dos ônibus ocorre justamente em um ponto crítico, próximo ao viaduto da Brasilgás — uma condição que gera lentidão, aumenta a complexidade operacional e eleva riscos para as equipes e para o trânsito. Esses aspectos estruturais, por sua vez, são de responsabilidade do Governo do Estado.
Especialistas apontam que, com ajustes de planejamento e melhor integração entre o município e o estado, o Terminal de Campinas poderia desempenhar papel relevante na rede de transporte. Enquanto isso não acontece, permanece a sensação de que um equipamento de grande investimento segue longe de cumprir sua função estratégica na mobilidade de Salvador.




