Você sabe quanto custa um ônibus, um VLT ou um metrô? Descubra os valores

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Por Emerson Pereira – Foto Montagem SóMob

Quando o assunto é transporte público, a maioria das discussões gira em torno de conforto, velocidade e cobertura. Mas há um fator que quase nunca vem à tona: quanto custa colocar cada modal em operação. Entre ônibus, BRT, VLT e metrô, as cifras variam — e muito —, refletindo o nível de tecnologia, capacidade e infraestrutura exigidos em cada sistema.

Em Salvador, os ônibus convencionais continuam sendo a espinha dorsal do transporte coletivo. Desde 2021, a cidade tem apostado em veículos de 12,5 metros, equipados com ar-condicionado e três vagas para cadeirantes. Na negociação mais recente, concluída em 2025, cada unidade custou cerca de R$ 760 mil, valor considerado padrão para o modelo atual do sistema Integra.

Já no BRT, os números sobem de patamar. Por se tratar de um sistema que utiliza ônibus mais modernos — elétricos, alongados e articulados —, o investimento é mais alto. Estima-se que os veículos elétricos custem aproximadamente R$ 2,5 milhões por unidade, enquanto os modelos trucados de 15 metros giram em torno de R$ 1,5 milhão e os articulados também alcançam os R$ 2,5 milhões.

O salto é ainda maior quando se passa dos pneus para os trilhos. Em julho de 2024, o Governo da Bahia oficializou a compra de 40 trens de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) que estavam parados há cerca de 12 anos no Mato Grosso. O investimento total foi de R$ 820 milhões, o que representa R$ 20 milhões por trem, sem contar os custos adicionais de readequação e modernização junto ao fabricante.

Apesar das críticas sobre a aquisição de equipamentos usados, o governo estadual destacou que houve uma economia de 37,5% em relação à compra de novos VLTs, que poderiam custar até R$ 350 milhões por unidade.

No caso do metrô de Salvador, o investimento é ainda mais expressivo. Em outubro de 2025, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) firmou um contrato de R$ 636 milhões com a Caixa Econômica Federal para a compra de 10 novos trens, somando 40 vagões. Cada trem custará cerca de R$ 63 milhões, ampliando a capacidade das Linhas 1 e 2 para atender mais de 12 mil passageiros simultaneamente.

Mas o custo dos veículos é apenas parte da conta. Modais como BRT, VLT e metrô exigem altíssimo investimento em infraestrutura, que inclui a construção de corredores exclusivos, túneis, estações, sistemas elétricos e de sinalização. Esses elementos são responsáveis por multiplicar os valores e tornar os projetos mais complexos e demorados.

Os números mostram que operar um sistema de transporte urbano vai muito além de colocar veículos em circulação. Por trás de cada modal, existe uma equação bilionária que combina tecnologia, planejamento e decisões políticas — e é essa conta que define o rumo da mobilidade nas cidades.

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