Por Emerson Pereira – Fotos Juracy Pacheco/Facebook
Criado com o objetivo de integrar o transporte marítimo de massa às modernas rodovias baianas, o Sistema Ferry-Boat foi inaugurado em dezembro de 1970, durante o governo de Luiz Viana Filho. Na época, apenas a estrutura física foi entregue — a primeira viagem oficial só ocorreria em julho de 1972, já sob a gestão de Antônio Carlos Magalhães.
Desde então, o serviço passou a operar a travessia entre Salvador, pelo Terminal de São Joaquim, e a Ilha de Itaparica, pelo Terminal de Bom Despacho. As embarcações de grande porte, capazes de transportar mais de mil passageiros, consolidaram-se como uma das principais ligações entre a capital e o interior do estado. A construção da Ponte do Funil, na região sul da ilha, completou o trajeto rodoviário que integra o Recôncavo Baiano ao Baixo Sul.
O navio Agenor Gordilho foi o primeiro a entrar em operação, seguido pelo Juracy Magalhães, dando início ao transporte regular de passageiros e veículos. Apesar de sua importância para o deslocamento de milhares de baianos e turistas, o sistema sempre enfrentou críticas por atrasos, manutenção precária e superlotação. Durante o verão, período de maior movimento, é comum a formação de longas filas tanto de pedestres quanto de veículos — muitas vezes ultrapassando os limites do Terminal de São Joaquim e alcançando o bairro da Calçada.
Responsável pela gestão do serviço, o Governo do Estado da Bahia já concedeu a operação a diferentes empresas ao longo das décadas, entre elas a CNB, COMAB e TWB. Atualmente, o sistema é administrado pela Internacional Travessias Salvador, que mantém sete embarcações em operação, com diferentes modelos e capacidades.
Compõem a frota atual os ferries Anna Nery (60 veículos), Ivete Sangalo (60 veículos), Maria Bethânia (1.000 passageiros e 55 veículos), Pinheiro (50 veículos), Rio Paraguaçu (50 veículos), Zumbi dos Palmares (208 veículos) e Dorival Caymmi (180 veículos).
Prometida desde 2013, a Ponte Salvador-Itaparica segue como o principal projeto de substituição parcial dos ferries, mas sem avanços estruturais expressivos até o momento. Mesmo com a futura ligação viária, o governo estadual garante que o sistema marítimo continuará operando para atender à alta demanda entre a capital e a Ilha de Itaparica.
