A cidade de São José dos Campos, no interior de São Paulo, iniciou os testes de um sistema inovador de fiscalização urbana: o radar antibarulho. O equipamento, ainda em fase experimental, é capaz de identificar veículos que excedem os limites de ruído permitidos, com o objetivo de reduzir a poluição sonora e coibir práticas abusivas no trânsito.
Foto: Divulgação.
Funcionando como uma espécie de “câmera acústica”, o radar utiliza 21 microfones distribuídos ao longo da via para captar sons em tempo real. Quando o nível de ruído ultrapassa o limite estabelecido, o sistema sincroniza o áudio com imagens de vídeo, registra a placa do veículo e arquiva o material como prova. A triangulação sonora permite localizar com precisão o infrator, associando o pico de barulho ao momento exato da passagem do veículo.
A multa prevista para motoristas flagrados é de R$ 500, embora o projeto ainda esteja em fase de testes. Segundo o prefeito da cidade, a maior parte das reclamações da população está relacionada a escapamentos irregulares, especialmente de motocicletas. A proposta é oferecer uma fiscalização contínua e objetiva, desestimulando condutas que comprometem o bem-estar urbano.
No entanto, o uso do radar antibarulho levanta questões jurídicas. De acordo com o advogado Marco Fabrício Vieira, especialista em trânsito, apenas a União tem competência para definir infrações e penalidades por meio do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e das resoluções do Contran. Ele também ressalta a necessidade de homologação técnica dos equipamentos e de regulamentação clara para evitar contestações judiciais.
A iniciativa representa uma resposta tecnológica a um problema crescente nas cidades brasileiras. Se validado juridicamente e tecnicamente, o radar antibarulho pode se tornar uma ferramenta eficaz para promover ambientes urbanos mais silenciosos e saudáveis. Os próximos meses serão decisivos para determinar se o projeto se consolidará como política pública permanente.
Com informações do News Motor.
