A indústria automobilística brasileira enfrenta um novo alerta: a escassez global de semicondutores pode interromper a produção de veículos nas próximas semanas. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o impacto pode atingir 1,3 milhão de empregos em toda a cadeia produtiva.

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Chips são essenciais para veículos modernos
Cada carro produzido hoje depende de 1 mil a 3 mil semicondutores, que controlam sistemas como freios ABS, airbags, injeção eletrônica e sensores. A falta desses componentes torna impossível manter as linhas de montagem em operação, além de provocar atrasos em lançamentos e perdas financeiras significativas.
Pressão por ação governamental
A Anfavea, junto com a Abipeças e o Sindipeças, enviou uma carta ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, solicitando medidas urgentes para garantir o abastecimento. As entidades relatam redução crítica na oferta de módulos eletrônicos, sem alternativas locais ou regionais no curto prazo.
O Ministério da Indústria afirmou que acompanha os efeitos da crise global e mantém diálogo com o setor para evitar prejuízos às empresas e aos trabalhadores.
Montadoras em risco
Fabricantes como Volkswagen, Stellantis, GM, Toyota, Hyundai e BYD podem ser diretamente afetadas. A crise atual remete ao período da pandemia, quando a falta de componentes paralisou fábricas em todo o mundo.
Disputa internacional agrava cenário
A situação se agravou após o governo da Holanda assumir o controle da fabricante de chips Nexperia, ligada à China. Em resposta, o governo chinês bloqueou comunicações com a unidade local e restringiu exportações, afetando o fornecimento para montadoras europeias como Volkswagen e Stellantis.
Segundo a Reuters, a unidade chinesa retomou a produção, mas passou a operar com vendas em yuan e foco em fornecedores locais. A operação holandesa, por sua vez, busca parcerias fora da China e alertou que não garante a qualidade dos chips produzidos na subsidiária asiática.
Risco de paralisação no Brasil
A interdependência das cadeias produtivas globais pode reverberar no Brasil. A ausência de módulos compromete sistemas de segurança e comando do motor, inviabilizando a produção.
“Estamos diante de uma ameaça real à indústria automotiva nacional. É preciso coordenação imediata entre governo e setor produtivo para evitar um colapso”, afirmou Igor Calvet, presidente da Anfavea.
Com juros altos e demanda desaquecida, a crise dos semicondutores exige resposta rápida para preservar empregos e garantir a continuidade da produção no país.
Com informações do News Motor.





