A chamada “quilometragem fantasma” é um problema silencioso que afeta motoristas que enfrentam congestionamentos frequentes. O termo se refere ao tempo em que o carro permanece ligado, mas parado, sem registrar avanço no hodômetro — o marcador de quilômetros rodados. Apesar de não aparecer no painel, o desgaste do motor e de outros componentes é real e pode exigir manutenção antecipada.

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Como funciona a quilometragem fantasma
Durante o trânsito intenso, o motor continua funcionando em marcha lenta, queimando combustível e aquecendo o óleo, mesmo sem movimentar o veículo. A ventoinha liga e desliga para tentar controlar a temperatura, mas o ar circula pouco, dificultando o resfriamento. O resultado é um esforço contínuo do motor, que não é contabilizado na quilometragem.
Esse tipo de uso é classificado pelas montadoras como “uso severo”, exigindo cuidados extras na manutenção.
Componentes mais afetados
Mesmo parado, o carro sofre desgaste em diversos sistemas:
- Óleo do motor: esquenta mais que o normal, perdendo eficiência e exigindo troca antecipada.
- Sistema de arrefecimento: trabalha mais para manter a temperatura ideal, exigindo atenção à ventoinha e ao líquido de arrefecimento.
- Velas e bicos injetores: podem acumular carbonização devido à queima irregular em marcha lenta.
- Câmbio automático: sofre com o “anda e para” constante, aumentando o desgaste da transmissão.
Como evitar prejuízos
A principal recomendação é seguir o manual do proprietário, que geralmente orienta reduzir pela metade os intervalos de manutenção em casos de uso severo. Se a revisão padrão é a cada 10.000 km ou 12 meses, o ideal é realizá-la a cada 5.000 km ou 6 meses — o que ocorrer primeiro.
Essa lógica se assemelha à manutenção de aeronaves, que é feita com base em horas de voo. Como os carros ainda não medem tempo de funcionamento do motor, cabe ao motorista ficar atento ao uso real do veículo.
Com informações do Garagem 360.