Com o crescimento acelerado das vendas de veículos elétricos e híbridos no Brasil, a atenção dos motoristas se volta cada vez mais para um componente essencial: a bateria de alta voltagem. Considerada o “coração” do carro eletrificado, ela exige cuidados específicos e ainda é cercada por mitos que confundem consumidores e podem levar a práticas prejudiciais.

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Apesar de a maioria das montadoras oferecer garantia de até oito anos ou 160 mil quilômetros para o sistema de propulsão elétrica, a manutenção inadequada continua sendo um risco. Segundo especialistas, o pior erro — e o mais comum — é realizar intervenções fora das concessionárias autorizadas. A tentativa de reparos por oficinas não homologadas pode comprometer a segurança do veículo e causar danos irreversíveis ao sistema elétrico.
A Volvo, por exemplo, reforça que apenas técnicos certificados estão aptos a lidar com baterias de alta tensão. Eduardo Oshima, diretor de pós-vendas da Volvo Car Brasil, explica que os modelos da marca contam com monitoramento eletrônico em tempo real, semelhante ao sistema de saúde de bateria dos smartphones. No EX30, essa função está integrada ao menu “Status do Veículo”, permitindo ao motorista acompanhar o desempenho da bateria diretamente pela central multimídia.
Para veículos fora da garantia, já existem oficinas especializadas em baterias elétricas, mas é fundamental verificar se os profissionais possuem capacitação técnica e equipamentos adequados, como luvas isolantes para até 1.500 volts, macacões antichamas e viseiras de escurecimento automático. O manuseio incorreto pode provocar choques elétricos e comprometer a integridade do sistema.
Outro mito recorrente é o medo de que colisões leves inutilizem a bateria. De acordo com Oshima, isso é raro: apenas impactos graves, com danos estruturais, podem afetar o sistema elétrico. As baterias são compostas por módulos independentes, o que permite a substituição de partes específicas em caso de falha, evitando a troca completa.
A Volvo também realiza monitoramento remoto dos veículos, enviando dados em tempo real para a rede de concessionárias. Isso permite identificar falhas antes mesmo de o cliente perceber o problema. Segundo Oshima, menos de 0,1% das baterias apresentam defeitos — um índice considerado extremamente baixo.
Com os avanços tecnológicos e a adoção de boas práticas, a vida útil das baterias elétricas pode ultrapassar uma década. Mais do que um desafio técnico, cuidar da bateria é um compromisso com a eficiência energética e a sustentabilidade, pilares da nova era automotiva.
Com informações do News Motor.