Por Emerson Pereira – Foto Betto Jr./Secom PMS
Durante coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (13), o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), descartou a possibilidade de adotar o projeto de “Tarifa Zero” no transporte público da capital baiana. O gestor classificou a proposta como inviável financeiramente e criticou o que chamou de “falácias” sobre o tema.
Segundo o prefeito, o sistema de transporte da cidade transporta cerca de 14,3 milhões de passageiros mensais, com um custo operacional anual superior a R$ 1 bilhão. Ele destacou que o orçamento municipal, de cerca de R$ 13 bilhões, é majoritariamente destinado a áreas essenciais como educação e saúde, e que apenas 5% do total — aproximadamente R$ 680 milhões — estão disponíveis para outros investimentos.
“Quem vai pagar essa conta?”, questionou Bruno Reis, reforçando que o município não teria condições de custear a gratuidade total das passagens sem comprometer outros serviços públicos.
A declaração ocorre após o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou a elaboração de um estudo para avaliar a viabilidade da implantação do “Tarifa Zero” em todo o país. Até o momento, o governo federal não apresentou detalhes sobre prazos ou fontes de financiamento para a medida.
Embora o modelo de transporte gratuito seja apontado por especialistas como uma alternativa para incentivar o uso do transporte coletivo, sua implementação em médias e grandes cidades enfrenta desafios orçamentários. Atualmente, Caucaia (CE) é o maior município brasileiro com o projeto em funcionamento, atendendo uma população de cerca de 355 mil habitantes. Já em Belo Horizonte (MG), a proposta chegou a ser discutida, mas foi rejeitada pelos vereadores nos últimos dias.