Brasil incorpora eletricidade nas metas de descarbonização do transporte e avança na integração energética

0
20

O Brasil deu um passo decisivo rumo à transição energética no setor de transportes. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou uma resolução que conecta o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) ao RenovaBio, integrando eletricidade e biocombustíveis em um mesmo eixo estratégico. A medida reforça o compromisso do país com a segurança energética e a redução das emissões de carbono.

Foto: Divulgação.

Nova abordagem regulatória

A resolução incorpora a eletricidade nas metas da Lei do Combustível do Futuro (Lei nº 14.993/2024), criando um modelo técnico unificado para medir a intensidade de carbono das fontes energéticas (ICE). Com isso, gasolina, diesel, gás natural, etanol e eletricidade passam a ser considerados conjuntamente no cálculo das metas nacionais de descarbonização.

O modelo adotado segue a metodologia “poço-à-roda”, que avalia as emissões desde a produção até o uso final. Veículos totalmente elétricos (BEVs) se destacam por utilizarem fontes com ICE inferior aos combustíveis fósseis. Já os híbridos flex (HEVs) e híbridos plug-in flex (PHEVs flex) se beneficiam da combinação entre etanol e eletrificação.

Impactos no mercado automotivo

A medida oferece previsibilidade regulatória para montadoras e orienta o desenvolvimento de novos portfólios tecnológicos. No entanto, não prevê incentivos diretos ao consumidor, como subsídios ou crédito facilitado. Com isso, os modelos híbridos tendem a ganhar espaço no curto prazo, enquanto os elétricos puros ainda enfrentam desafios relacionados a preço, infraestrutura de recarga e estímulos de mercado.

Iniciativas como o hub de recarga da Enel X no SP Market, em São Paulo, exemplificam os avanços urbanos na eletrificação, mas especialistas apontam que a expansão dependerá de investimentos em confiabilidade e redução dos custos totais de uso.

Política integrada e metas ambientais

A integração entre eletricidade e biocombustíveis sob um mesmo guarda-chuva regulatório representa uma mudança estratégica na política energética brasileira. A indústria automotiva deverá ajustar suas escolhas tecnológicas diante de metas ambientais mais exigentes e da crescente competição global por soluções sustentáveis.

Com informações do News Motor.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here