Por Emerson Pereira – Foto Karla Tavares/Secom PMA
Apresentados no inicio de julho como um marco na modernização do transporte coletivo, os 15 ônibus 100% elétricos de Aracaju seguem fora de circulação há dois meses. Os veículos, que começaram a rodar no dia 25 daquele mês em 10 linhas do sistema urbano, foram adquiridos com a promessa de trazer mais tecnologia, conforto e sustentabilidade para passageiros e empresas.
O entusiasmo inicial, no entanto, durou pouco. Pouco mais de uma semana após o início da operação, os ônibus foram retirados das ruas no começo de agosto, por determinação da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT). A medida atendeu a uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), que apura supostas irregularidades no processo de licitação do transporte coletivo da capital sergipana.
A prefeita Emília Corrêa criticou a forma como a denúncia foi acolhida. “O processo não foi debatido previamente. Foi acatado de imediato, sem diálogo institucional. Estamos tratando de um sistema de transporte que funcionou precariamente por mais de 30 anos. E agora, quando há uma tentativa de modernização, tudo é paralisado?”, questionou.
Ela também reforçou o compromisso de sua gestão em defesa da população. “Sei o que o povo enfrenta. Sempre estive ao lado das pessoas, como defensora pública, vereadora e, agora, prefeita. Não é fácil, mas não vou desistir. Vou continuar lutando para que Aracaju tenha um transporte público digno. É disso que se trata: garantir direitos e respeitar o cidadão”, afirmou.
Desde então, o silêncio oficial predomina. Os ônibus elétricos permanecem guardados, e a população se pergunta se os ônibus voltarão a rodar ou se a experiência ficará restrita a uma breve, e frustrada, passagem de inovação no transporte público de Aracaju.
