Brasil fica para trás na inovação automotiva: carga tributária e mercado travam avanço tecnológico

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Enquanto países como a Austrália avançam com tecnologias de ponta em veículos elétricos — como o carregamento bidirecional (V2G) da Volkswagen — o Brasil permanece na retaguarda da inovação automotiva. Por aqui, modelos com motores antigos e poucas atualizações ainda dominam o mercado, e a eletrificação avança em ritmo lento.

Foto: Divulgação.

Segundo estudo da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), produzir um carro no Brasil pode custar até 60% mais do que em países como a China. A alta carga tributária, os encargos sociais e o custo da mão de obra tornam o país menos atrativo para investimentos em novas tecnologias.

Impostos e estratégia conservadora

Impostos como IPI, PIS e COFINS encarecem significativamente os veículos, levando as montadoras a priorizarem modelos simples e já consolidados. A Volkswagen, por exemplo, mantém o motor MPI desde 1997 em seus modelos de entrada, com poucas modificações. A estratégia é focada em volume de vendas e baixo custo de manutenção.

Enquanto isso, modelos elétricos como o ID.4, ID.5 e ID.Buzz já circulam na Austrália com suporte para V2G, mas no Brasil, a oferta é limitada e os preços são inacessíveis — chegando a R$ 10 mil mensais em contratos de aluguel.

Outras marcas seguem a mesma lógica. A Nissan ainda aposta no motor 1.6 aspirado em seus modelos populares, e sua linha elétrica é restrita. O novo Kicks, embora atualizado, continua focado na combustão interna.

O círculo vicioso da estagnação

A falta de investimentos em inovação cria um ciclo difícil de romper. Com altos custos para modernizar fábricas e importar tecnologias, as montadoras mantêm a produção de modelos antigos. Isso limita a oferta de veículos mais avançados e desestimula o consumidor a buscar inovação.

Enquanto países investem em infraestrutura e políticas públicas para acelerar a eletrificação, o Brasil segue com baixa competitividade e pouca renovação tecnológica.

Caminhos para o futuro

Para mudar esse cenário, especialistas apontam a necessidade de um esforço conjunto entre governo, indústria e consumidores. Redução de impostos para veículos eficientes, incentivos à produção local de tecnologias de ponta e ampliação da infraestrutura de recarga são medidas essenciais para colocar o Brasil no ritmo da inovação global.

Com informações do Garagem 360.

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