Por Emerson Pereira – Foto Reprodução
Um acidente envolvendo um ônibus do Consórcio OT Trans, ocorrido nesta quinta-feira (4), reacendeu o debate sobre o envelhecimento da frota do sistema Integra em Salvador. O coletivo, fabricado em 2015, supostamente perdeu os freios ou apresentou falha na barra de direção antes de colidir contra um imóvel. O impacto deixou 12 pessoas feridas, segundo informações preliminares.
Apesar de o veículo em questão já acumular quase dez anos de operação, a situação é ainda mais crítica em outros pontos do sistema. Atualmente, há uma quantidade significativa de ônibus com 12 a 13 anos em circulação, bem acima do padrão recomendado para o transporte urbano, que prevê renovações mais frequentes para garantir conforto e segurança aos usuários.
Envelhecimento acelerado
O problema ganhou força após a saída do Consórcio Salvador Norte (CSN), em 2021. Na época, como medida emergencial para cobrir a área operacional deixada pela CSN, os demais operadores do Integra adquiriram 150 ônibus usados, fabricados em 2013, que haviam sido desativados de Brasília. Esses veículos, que chegaram já defasados, continuam em operação até hoje, somando-se a unidades antigas herdadas das empresas que formaram o sistema Integra.
O resultado é uma frota com idade média crescente, sem a devida renovação que deveria acompanhar as demandas de mobilidade da capital baiana.
Investimentos em renovação
A Prefeitura de Salvador afirma que já planeja um grande investimento para reverter o cenário de envelhecimento da frota. O município conta com apoio do governo federal, por meio do PAC Cidades, e também articula um financiamento junto ao Banco Mundial. A proposta prevê a renovação da frota do Integra e ampliação da frota do BRT, incluindo a aquisição de ônibus elétricos, que deverão marcar o fortalecimento da transição energética no transporte público da capital baiana.
Necessidade de renovação e modernização
Especialistas apontam que a renovação da frota é urgente, não apenas para reduzir o risco de falhas mecânicas, mas também para melhorar a percepção de qualidade do transporte público por parte dos soteropolitanos. Além de veículos mais novos, há uma cobrança cada vez maior por ônibus climatizados, considerados essenciais diante das altas temperaturas da cidade.
O acidente desta quinta-feira reforça o alerta: sem investimentos consistentes em renovação e modernização, o transporte público de Salvador segue exposto a falhas que comprometem a segurança dos passageiros e a confiança da população no sistema.