Hidrogênio como combustível: estudantes brasileiros colocam carros na pista e mostram que é possível

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A Shell Eco-Marathon Brasil 2025, realizada no Rio de Janeiro, marcou um avanço histórico na mobilidade sustentável nacional. Pela primeira vez, três equipes universitárias brasileiras competiram na categoria de hidrogênio, tecnologia considerada uma das mais complexas e promissoras para o futuro dos transportes.

Foto: Divulgação.

Tecnologia limpa e desafios técnicos

Os veículos movidos a célula de combustível utilizam hidrogênio (H₂) e oxigênio (O₂) para gerar eletricidade, liberando apenas vapor d’água como resíduo. Apesar do apelo ambiental, o sistema exige engenharia de precisão, já que o gás é altamente volátil e difícil de conter. Segundo Norman Koch, diretor global da Shell Eco-Marathon, “garantir a integridade de um sistema de hidrogênio é altamente desafiador”.

Além da complexidade técnica, o custo das células de combustível varia entre US$ 5 mil e US$ 10 mil, o que representa um obstáculo para equipes universitárias que trabalham com orçamento limitado.

Equipes brasileiras que fizeram história

O destaque da competição foi o Grupo Cataratas de Eficiência Energética (GCEE), da Unioeste de Foz do Iguaçu (PR), que venceu a categoria Conceito Urbano Hidrogênio com uma marca de 61 km/m³. Liderada por Ana Lúcia de Paula Martins e Giulia Demarchi, a equipe se tornou a primeira da história da competição no Brasil a completar o circuito com um carro urbano movido a hidrogênio.

Na categoria Protótipo, a Eco Octano UFPR Hidrogênio, da Universidade Federal do Paraná, conquistou o primeiro lugar com uma eficiência de 132 km/m³. “Queríamos provar que conseguimos fazer muito sem ter grandes recursos”, afirmou o capitão Vitor Gabriel Fonseca Pereira.

Já a EcoVeículo Hydrogen, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), participou com foco em aprendizado. Embora não tenha competido na pista, a equipe passou pela inspeção técnica e estabeleceu as bases para projetos futuros.

Mais que competição: formação e visão de futuro

A experiência vai além da disputa. Os estudantes destacam o valor do aprendizado prático, da troca com equipes internacionais e do contato com especialistas. “Se nós, com orçamento limitado, conseguimos colocar um carro na pista, imagine o que pode ser feito com investimento da indústria”, concluiu Vitor, da UFPR.

A Shell Eco-Marathon Brasil 2025 reuniu cerca de 500 estudantes de quatro países — Brasil, Peru, Colômbia e México — e contou com três categorias de energia: combustão interna, bateria elétrica e hidrogênio. Cada uma delas possui duas classes de veículos: Protótipo e Conceito Urbano.

A presença crescente do hidrogênio na competição reforça seu potencial como combustível limpo e eficiente, e mostra que a inovação pode vir de onde menos se espera — dos boxes universitários.

Com informações do Estadão Mobilidade.

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