Fim de uma Era: Cidade Sol assume frota e operações da Regional e Jauá

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Por Emerson Pereira – Foto Montagem Somob

O transporte intermunicipal da Bahia vive uma mudança histórica. Depois de semanas de rumores, confirmou-se nesta segunda-feira (1º) o fim das atividades da Viação Regional e da Viação Jauá, empresas que marcaram gerações de passageiros ao longo de mais de três décadas de operação. A partir de agora, toda a frota, rotas e serviços passam a ser operados pela Viação Cidade Sol, do Grupo Brasileiro, que também controla as empresas Rota e Expresso Brasileiro.

Tradição e alcance no interior baiano

Fundada em 1995, a Viação Regional começou atendendo ao Polo Petroquímico de Camaçari com transporte de funcionários. Poucos anos depois, ampliou sua atuação para o transporte intermunicipal e metropolitano, conectando Salvador a importantes cidades como Feira de Santana, Alagoinhas e Paulo Afonso.

A Viação Jauá, criada em 1997, consolidou sua presença no Recôncavo Baiano, atendendo municípios estratégicos como Candeias, Santo Antônio de Jesus, Cruz das Almas, Cachoeira e Muritiba. Juntas, as duas empresas transportavam mais de 2 milhões de passageiros por ano e alcançavam mais de 100 municípios, empregando centenas de colaboradores.

A transição para a Cidade Sol

O anúncio oficial sobre o encerramento das operações havia sido feito no início de agosto. E, como prometido, a mudança começou a valer neste 1º de setembro. Toda a frota já circula com adesivos que informam a nova gestão e as equipes de manutenção do Grupo Brasileiro trabalham na adaptação dos veículos incorporados.

A Cidade Sol, que já tinha forte presença em diversas regiões da Bahia, assume agora todas as linhas das extintas Regional e Jauá, incluindo conexões importantes em cidades como Terra Nova e Teodoro Sampaio.

Consolidação e debate sobre monopólio

Com essa movimentação, o Grupo Brasileiro amplia de forma significativa sua participação no transporte intermunicipal baiano, alimentando debates sobre concentração de mercado. Especialistas apontam que a mudança representa um dos maiores processos de consolidação já vistos no setor, o que pode gerar preocupação quanto à concorrência e à qualidade do serviço.

Fiscalização e futuro do transporte

A AGERBA, agência reguladora responsável pelo setor, afirmou que não foi formalmente comunicada sobre o encerramento das operações. As empresas atuavam por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2024, que garantia sua operação até a conclusão do processo licitatório previsto para 2027.

A agência reforçou que a continuidade do serviço é obrigatória, sem mudanças de rotas ou tarifas, e que a frota deve ser mantida em boas condições de operação.

O que esperar daqui para frente?

  • Para os passageiros, a expectativa é de que os horários e itinerários sigam sem alterações, agora sob a gestão da Cidade Sol.
  • Para os trabalhadores, a transição deve trazer ajustes internos, mas com a incorporação das equipes pelo novo grupo.
  • Para o setor, abre-se espaço para debates sobre concorrência, fiscalização e a necessidade de garantir equilíbrio entre eficiência operacional e qualidade no atendimento.

O encerramento da Regional e da Jauá marca o fim de uma era para milhares de baianos, mas também inaugura um novo capítulo no transporte intermunicipal da Bahia, sob a bandeira de um dos grupos mais poderosos do setor.

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