Se você já usou o Google Maps para escapar de engarrafamentos, certamente reconhece o sistema de cores que indica o fluxo de tráfego: verde para vias livres, amarelo para lentidão e vermelho para congestionamento. Mas como o aplicativo consegue prever o trânsito antes mesmo de você chegar ao local?

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A resposta está em uma combinação sofisticada de tecnologia: dados de GPS, inteligência artificial e a colaboração silenciosa de milhões de usuários ao redor do mundo.
Como o Google Maps monitora o tráfego
O sistema coleta informações anônimas de celulares com GPS ativado, mesmo quando o aplicativo não está em uso. A partir disso, o Google consegue identificar:
- A localização exata dos usuários
- A velocidade média de deslocamento
- O padrão coletivo de movimento em determinada via
Se vários dispositivos estão parados ou se movendo lentamente em uma mesma rua, o sistema interpreta como congestionamento. Se o fluxo é rápido e contínuo, a via é considerada livre.
Esses dados são processados em tempo real e cruzados com informações históricas e modelos preditivos de inteligência artificial. O resultado é uma plataforma capaz de:
- Exibir o trânsito atual com alta precisão
- Prever congestionamentos iminentes
- Sugerir rotas alternativas mais rápidas
Antes dos smartphones: o GPS tradicional
Antes da era dos celulares conectados, os motoristas dependiam de aparelhos GPS automotivos como os da Garmin e TomTom. Esses dispositivos ofereciam mapas estáticos e rotas pré-carregadas, mas não tinham acesso à internet — e, portanto, não podiam informar sobre o trânsito em tempo real.
A chegada dos smartphones revolucionou esse cenário, tornando o monitoramento do tráfego dinâmico, preciso e instantâneo.
É possível enganar o sistema?
Em 2020, o artista alemão Simon Weckert realizou um experimento curioso: colocou 99 celulares com GPS ativado em um carrinho de mão e caminhou por ruas vazias de Berlim. O Google Maps interpretou a situação como um congestionamento intenso, mesmo sem a presença de veículos reais.
Desde então, o Google aprimorou seus algoritmos, incorporando critérios como:
- Identificação do tipo de movimento (carro, bicicleta, pedestre)
- Verificação se os celulares estão dentro de veículos
- Análise do comportamento regional do tráfego
Hoje, enganar o sistema é possível, mas extremamente difícil e temporário. O algoritmo se ajusta rapidamente, garantindo que as informações exibidas sejam confiáveis.
Economia de tempo e colaboração invisível
O Google Maps é um exemplo notável de tecnologia colaborativa. Cada usuário que mantém a localização ativada contribui para um mapa de tráfego mais preciso, ajudando milhões de pessoas a economizar tempo e evitar congestionamentos todos os dias.
Com informações do News Motor.