Israel proíbe veículos chineses em bases militares por risco de espionagem

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As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram uma medida rigorosa de segurança nacional: a proibição total da entrada de veículos fabricados na China em todas as suas bases militares. A decisão, divulgada pela Rádio do Exército e confirmada por fontes oficiais, foi motivada por preocupações com espionagem cibernética e vulnerabilidades tecnológicas presentes nos sistemas embarcados desses automóveis.

Foto: Nasser Ishtayeh/Flash90

Segundo as autoridades israelenses, os veículos chineses — especialmente os elétricos e conectados — representam um risco potencial à segurança da informação. Componentes como câmeras, microfones, sensores de localização e sistemas de conectividade poderiam ser utilizados para captar e transmitir dados sensíveis a servidores estrangeiros. A medida afeta diretamente mais de 600 veículos chineses que já haviam sido incorporados à frota oficial do Ministério da Defesa.

A proibição, que inicialmente se aplicava apenas à base do Corpo de Comunicações em Gideonim, foi ampliada para todo o território israelense. Agora, funcionários civis e militares que possuam carros de marcas como BYD, MG e Chery devem estacioná-los fora das instalações militares, em alguns casos a uma distância considerável do perímetro externo.

Especialistas em segurança cibernética, como o Dr. Harel Menashri, ex-diretor do departamento cibernético da agência de segurança interna Shin Bet, alertam que esses veículos devem ser tratados como “plataformas móveis de inteligência”, capazes de coletar dados de áudio, vídeo, localização e até biometria dos ocupantes. Como precaução, o sistema e-Call — que realiza chamadas automáticas de emergência — foi desativado nos modelos já entregues.

A preocupação israelense reflete uma tendência global. No Reino Unido, empresas de defesa e o próprio Ministério da Defesa já haviam restringido o uso de veículos chineses em áreas sensíveis, e determinaram a remoção de câmeras de vigilância de origem chinesa de prédios governamentais. Nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comunicações classificou diversas empresas chinesas como ameaças à segurança nacional.

Além das questões técnicas, a decisão também ocorre em meio a uma deterioração nas relações diplomáticas entre Israel e China. Desde o início do conflito em Gaza, autoridades chinesas têm adotado uma postura crítica em relação às ações israelenses, o que contribui para o clima de desconfiança geopolítica.

A medida adotada por Israel sinaliza uma mudança na percepção sobre os riscos associados à tecnologia automotiva estrangeira e reforça a prioridade estratégica dada à proteção de dados e infraestrutura militar. Trata-se de um alerta não apenas para os países envolvidos diretamente, mas também para nações como o Brasil, que vêm expandindo rapidamente o uso de veículos elétricos chineses em frotas públicas e privadas.

Com informações do Garagem 360.

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