Por Emerson Pereira – Foto Ascom Semob
A Prefeitura de Salvador anunciou que irá subsidiar em R$ 0,42 o valor das tarifas do transporte público municipal para evitar que a passagem de ônibus suba para R$ 6,02 em 2026. A medida contempla os ônibus convencionais do sistema Integra, o BRT e o Subsistema de Transporte Especial Complementar (STEC), conhecido como “Topic’s”.
Sem a intervenção do poder público, Salvador — que já possui uma das tarifas mais caras entre as capitais brasileiras — se tornaria a terceira cidade com o transporte coletivo mais oneroso do país. Atualmente, os usuários desembolsam R$ 5,60 por viagem.
A confirmação do subsídio foi feita pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Muniz (PSDB), após sessão legislativa na segunda-feira (4). “Para que a população não venha sofrer esse aumento, a prefeitura tem que entrar com R$ 0,42, subsidiando a passagem em relação ao ônibus e ao STEC”, disse o vereador à imprensa.
O custeio parcial da tarifa com recursos municipais tem sido adotado em diversas cidades brasileiras como estratégia para impedir reajustes abusivos e manter o transporte público acessível. No entanto, especialistas e gestores defendem que esse tipo de medida não pode ser encarado apenas como alívio financeiro ao passageiro — é necessário que venha acompanhado de contrapartidas efetivas dos operadores do sistema.
A permanência do subsídio precisa estar condicionada a melhorias reais no serviço prestado. Entre as exigências que ganham força estão a redução da idade média da frota, garantindo ônibus mais modernos e confiáveis, e a aquisição de veículos com maior capacidade, especialmente em linhas com grande demanda.
Com a prefeitura assumindo parte do custo para evitar o repasse ao usuário, cresce a responsabilidade em exigir eficiência, transparência e qualidade do serviço ofertado pelas concessionárias. O equilíbrio entre tarifa justa e serviço de qualidade passa, inevitavelmente, pela atuação firme do poder público como regulador — e não apenas financiador — do sistema.