A antiga fábrica da General Motors em Lordstown, Ohio, está passando por mais uma transformação significativa. O complexo industrial, que já foi símbolo da produção automotiva norte-americana, está sendo vendido pela Foxconn, gigante taiwanesa do setor de eletrônicos, para a empresa Crescent Dune LLC. A transação marca uma nova etapa na trajetória do local, agora com foco em tecnologias emergentes como inteligência artificial e computação em nuvem.

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A Foxconn, conhecida mundialmente por fabricar dispositivos como o iPhone e o console Nintendo Switch, adquiriu a planta em 2022 após a falência da startup Lordstown Motors. A empresa vinha tentando consolidar sua presença no setor de veículos elétricos nos Estados Unidos, mas a venda da propriedade indica uma mudança estratégica. Segundo documentos regulatórios, o terreno e os edifícios foram negociados por cerca de US$ 88 milhões, enquanto os equipamentos e maquinário das subsidiárias de veículos elétricos foram vendidos por aproximadamente US$ 287 milhões. O total da transação chega a US$ 375 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2,1 bilhões.
A compradora, Crescent Dune LLC, é uma empresa recém-criada no estado de Delaware, com apenas duas semanas de existência. Apesar disso, a Foxconn afirma que se trata de uma “parceira de negócios existente” e que a venda tem como objetivo otimizar ativos e concentrar esforços em suas operações principais. A companhia também declarou que continuará atuando na fábrica de Lordstown, mantendo a produção para clientes e investindo em novas áreas de negócios.
Fontes próximas à negociação indicam que o espaço será utilizado para a fabricação de hardware voltado à computação em nuvem e servidores de inteligência artificial, setores que vêm registrando forte crescimento global. A mudança de foco representa uma guinada na utilização da planta, que por décadas foi dedicada à produção de veículos da Chevrolet.
A fábrica de Lordstown tem uma história marcada por promessas e reviravoltas. Após o encerramento das atividades pela GM em 2019, o local foi vendido à Lordstown Motors, que pretendia fabricar a picape elétrica Endurance. No entanto, a startup enfrentou sérias dificuldades financeiras e acusações de fraude, culminando na venda da planta à Foxconn. A própria Foxconn também teve parcerias frustradas com outras startups do setor, como a Fisker, e viu a Lordstown Motors declarar falência em 2023.
Com a nova transação, a fábrica entra em uma nova fase, voltada para tecnologias digitais e inteligência artificial, sem abandonar completamente o setor automotivo. A decisão da Foxconn de manter operações no local, mesmo após a venda, sugere uma estratégia de adaptação às demandas do mercado e de diversificação de atuação.
A venda da planta de Lordstown não apenas encerra mais um capítulo da indústria automotiva tradicional nos Estados Unidos, como também sinaliza o avanço de novas fronteiras tecnológicas. Resta saber como essa mudança impactará o futuro da produção de veículos elétricos no país e quais serão os próximos passos da Foxconn em sua busca por relevância no setor.
Com informações do Garagem 360.