Por Emerson Pereira – Foto Comunicação CMS
Em entrevista recente ao portal BNews, o vereador Hélio Ferreira (PCdoB) reacendeu o debate sobre a implantação da tarifa zero no transporte público de Salvador. Defensor da proposta, Ferreira acredita que a gratuidade das passagens não só promoveria inclusão social, como também impulsionaria diretamente a geração de empregos no setor de transportes.
“Vai gerar muitos empregos e oportunidades para os trabalhadores rodoviários”, afirmou o parlamentar, que também é ex-presidente do sindicato dos rodoviários. Segundo ele, a tarifa zero aumentaria consideravelmente a demanda pelo transporte público, o que, na prática, exigiria mais ônibus circulando e, consequentemente, mais motoristas, cobradores e mecânicos atuando no sistema.
A ideia segue uma linha que vem sendo explorada em outras cidades brasileiras, principalmente de pequeno porte, onde experiências com a gratuidade total já estão em curso. Em Salvador, o Observatório da Mobilidade Urbana (ObMob) sugeriu um modelo de financiamento que envolveria a substituição do vale-transporte tradicional por uma contribuição patronal, além de subsídios do poder público.
No entanto, a viabilidade financeira da proposta é o principal ponto de tensão. Segundo o prefeito Bruno Reis (União Brasil), custear a gratuidade em Salvador demandaria mais de R$ 1 bilhão por ano — valor que, segundo ele, inviabilizaria investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Embora reconheça a relevância do tema, o prefeito avalia que a cidade não dispõe hoje da capacidade financeira para implementar esse modelo.
A proposta do vereador Hélio Ferreira traz à tona uma discussão importante para o futuro da mobilidade em Salvador, especialmente ao relacionar diretamente transporte gratuito com geração de empregos e melhoria na oferta de ônibus. No entanto, o projeto ainda carece de maior detalhamento técnico e transparência, principalmente quanto à origem dos recursos e aos mecanismos necessários para garantir sua sustentabilidade.