Prometida como um avanço para o transporte público da cidade, a Nova Rodoviária de Simões Filho se transformou em símbolo de abandono e de entrave para a mobilidade urbana e intermunicipal. Um ano após o anúncio oficial feito pelo ex-prefeito Diógenes Tolentino, a obra permanece estagnada, localizada às margens da BR-324, com apenas uma terraplanagem superficial visível e nenhuma estrutura concluída.
O projeto previa melhorar o fluxo de passageiros, desafogar o trânsito na região central e integrar modais de transporte para facilitar a vida de quem precisa se deslocar diariamente para Salvador e cidades vizinhas. No entanto, a paralisação tem causado transtornos crescentes à população, que continua sem acesso a um terminal adequado, com estrutura precária e sem conforto ou segurança nos pontos improvisados de embarque e desembarque.
Além do impacto direto na rotina dos trabalhadores e estudantes que dependem de ônibus intermunicipais, a indefinição sobre a retomada das obras compromete o planejamento urbano da cidade. A localização da futura rodoviária — na BR-324 — tinha sido pensada para dar mais fluidez ao trânsito e reduzir o tempo de viagem, mas o atraso deixa essa promessa no papel e o tráfego da região continua sobrecarregado.
Outro agravante é a falta de licenciamento. A Embasa ainda não autorizou oficialmente a construção na área, que está em faixa de servidão da rodovia, o que levanta dúvidas sobre a legalidade e a viabilidade da obra. A ausência de licenças ambientais e de infraestrutura básica trava o andamento do projeto e impede que a mobilidade urbana da cidade avance.
A prefeitura contraiu um empréstimo de mais de R$ 21 milhões exclusivamente para a execução da rodoviária, mas até agora não prestou contas claras sobre o uso desses recursos. Essa falta de transparência acirra a indignação popular e alimenta críticas de vereadores e lideranças locais. “Onde está o dinheiro da Nova Rodoviária?”, questionou o vereador Genivaldo Lima, em apelo por explicações públicas.