Insegurança para motoristas de app ameaça a mobilidade em áreas periféricas

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A morte violenta de um motorista de aplicativo em Eunápolis, no extremo sul da Bahia, reacendeu o debate sobre a vulnerabilidade desses profissionais e a crescente insegurança nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Weverton Antônio dos Santos, de 28 anos, desapareceu na última terça-feira (13) após buscar o enteado na escola. Seu corpo foi encontrado apenas no dia seguinte, e o caso está sendo investigado como homicídio.

O crime foi atribuído a integrantes de uma facção criminosa que atua na região. O carro utilizado por Weverton para trabalhar foi abandonado em uma estrada vicinal no distrito de Pindorama, zona rural de Porto Seguro.

A situação evidencia um problema crônico: a ausência de segurança pública eficiente em áreas periféricas e rurais, que deixa moradores e trabalhadores vulneráveis à ação de grupos criminosos. Motoristas de aplicativo, especialmente, são constantemente expostos a riscos, já que atuam de forma autônoma e muitas vezes sem apoio institucional.

Além da dor da perda para a família da vítima, o episódio reflete um cenário preocupante para a mobilidade urbana. Em muitas cidades baianas, os aplicativos de transporte se tornaram essenciais para a locomoção da população, especialmente onde o transporte público é insuficiente. Com o aumento da violência, há tendência de retração da atuação desses profissionais em áreas consideradas perigosas, o que afeta diretamente a oferta de transporte e penaliza, sobretudo, os moradores das periferias.

Em entrevista ao site Radar News, a mãe de Weverton, Lindinalva Ramos, cobrou mais presença do Estado. “Se fosse um policial ou filho de um doutor, a cidade já estava cheia de reforços. Ele nunca foi envolvido com nada. Até quando vamos ficar reféns do crime?”, questionou.

A Polícia Civil informou que a Delegacia Territorial de Eunápolis segue investigando o caso, com diligências em andamento para apurar autoria e motivação. No entanto, o caso expõe a urgência de políticas públicas que garantam segurança para trabalhadores autônomos e a população em geral, além de estratégias integradas para coibir a atuação de facções em territórios vulneráveis.

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