Por que tantos carros custam exatamente R$ 119.990 no Brasil? Entenda o fenômeno fiscal e psicológico por trás do valor

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Se você já pesquisou por um carro novo no Brasil, é provável que tenha se deparado com o valor de R$ 119.990 em diversos modelos — de SUVs compactos a elétricos urbanos. Essa padronização não é coincidência: trata-se de uma estratégia calculada pelas montadoras para aproveitar ao máximo os benefícios fiscais destinados a Pessoas com Deficiência (PcD), além de explorar um efeito psicológico de preço.

Foto: Divulgação.

O impacto das isenções fiscais

A legislação brasileira concede isenção de tributos federais (IPI e IOF) para veículos de até R$ 200 mil, e isenção total de ICMS estadual para modelos de até R$ 120 mil — desde que sejam automáticos. Ao precificar um carro em R$ 119.990, as montadoras conseguem:

  • Aproveitar integralmente os incentivos fiscais
  • Evitar tributação sobre valores excedentes
  • Oferecer versões automáticas dentro do limite legal

O efeito psicológico do preço

Além da questão tributária, o valor de R$ 119.990 tem apelo emocional. Ele parece mais acessível do que R$ 120 mil, mesmo que a diferença seja mínima. Essa técnica, conhecida como “preço quebrado”, é amplamente usada no varejo para induzir a percepção de economia.

Modelos que seguem essa estratégia

A lista de carros oferecidos por R$ 119.990 inclui:

  • BYD Dolphin Mini (elétrico)
  • VW T-Cross Sense
  • VW Nivus Sense
  • Renault Kardian Authentic
  • Chevrolet Tracker Turbo 1.0
  • Chevrolet Spin
  • Fiat Fastback Turbo 200
  • Citroën C3 Aircross Feel (7 lugares)
  • VW Virtus 170 TSI AT
  • Fiat Cronos Precision 1.3 CVT

Outros modelos próximos incluem Nissan Kicks Play, Honda City LX e Nissan Versa Sense, todos entre R$ 117 mil e R$ 118 mil.

O mercado e a adaptação das montadoras

Segundo o consultor Milad Kalume Neto, a faixa entre R$ 95 mil e R$ 120 mil é a mais movimentada do mercado nacional. Em 2025, estima-se que as isenções fiscais para carros PcD somem R$ 1,5 bilhão em tributos federais, com crescimento de mais de 130% nas solicitações desde 2022.

Para se manterem competitivas, as montadoras ajustam versões e equipamentos para se enquadrar na faixa de isenção. Exemplo disso é o VW Virtus 170 TSI, cuja transmissão automática — exigida para PcD — custa apenas R$ 3 mil, bem abaixo do valor usual.

Conclusão

O valor de R$ 119.990 virou referência no mercado automotivo brasileiro por unir estratégia fiscal, percepção de valor e competitividade. SUVs, sedãs e elétricos se moldam a essa faixa para atender tanto ao público PcD quanto ao consumidor geral que busca um carro bem equipado sem ultrapassar o limite psicológico dos R$ 120 mil.

Com informações do News Motor.

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