Montadoras argentinas pressionam governo por redução de impostos e maior competitividade

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A indústria automotiva da Argentina vive um momento de tensão com o governo federal. Executivos das principais montadoras instaladas no país — Mercedes-Benz, Stellantis, Renault, Volkswagen e Iveco — manifestaram insatisfação com a carga tributária aplicada à produção e exportação de veículos. Durante o Fórum FIAC, realizado em Córdoba, os presidentes das empresas pediram uma revisão urgente das políticas fiscais para evitar perda de competitividade frente a mercados como México, Brasil e China.

Foto: Motor1 Argentina

Daniel Herrero, da Mercedes-Benz, destacou que a exportação de veículos argentinos para o Brasil sofre uma taxação de 13%, tornando o produto final menos atrativo. Martín Zuppi, da Stellantis, foi ainda mais incisivo ao comparar com o México, onde a exportação é isenta de impostos. “Enquanto a Argentina cobra até 16%, o México tem 0%. Isso torna a concorrência praticamente inviável”, afirmou.

Pablo Sibilla, da Renault, reforçou que exportar com mais de 13% de impostos não condiz com um país que precisa ampliar sua presença internacional. Já Ricardo Cardozo, da Iveco, alertou que, além da carga tributária, é preciso que as próprias empresas invistam em automação e revisem seus custos internos. Marcellus Puig, da Volkswagen, apontou a ausência de um arcabouço regulatório claro como um dos principais entraves ao planejamento de longo prazo, citando o Brasil como exemplo positivo nesse aspecto.

Apesar de o governo argentino ter anunciado em abril a eliminação de impostos sobre exportações de mais de 4 mil produtos industriais, o setor automotivo ficou de fora da medida. Segundo o ministro da Economia, Luis Caputo, a decisão visa preservar o equilíbrio fiscal, mas a exclusão da indústria automobilística gerou críticas entre os fabricantes, que esperavam ser contemplados.

A carga tributária sobre veículos comerciais na Argentina pode chegar a 47,59%, enquanto para carros de passeio o índice ultrapassa 58%, segundo dados da Associação de Fabricantes de Automotores (Adefa). Essa realidade tem levado empresas a reconsiderarem investimentos e até a transferirem parte da produção para outros países, como Brasil e México.

O impasse entre o setor produtivo e o governo argentino evidencia a necessidade de uma reforma tributária que permita à indústria automotiva competir em igualdade de condições no mercado internacional. As montadoras aguardam o fim das eleições legislativas para retomar o diálogo com as autoridades e buscar soluções que viabilizem o crescimento sustentável do setor.

Com informações do Garagem 360.

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