Pesquisa revela rotina e desafios de mulheres motoristas de aplicativo no Brasil

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Um estudo realizado pela empresa 99 em parceria com a consultoria Think Eva traçou um panorama detalhado sobre a experiência de mulheres motoristas de aplicativo em seis capitais brasileiras. O levantamento ouviu 878 motoristas e revela que 70% delas são mães, lidam com tarefas domésticas e familiares e têm na atividade sua principal fonte de renda.

Foto: Adobe Stock.

Para 79% das entrevistadas, dirigir por aplicativo representa o sustento da casa. Além da flexibilidade de horários, apontada por 78% das participantes como um fator decisivo, a possibilidade de receber imediatamente pelos serviços prestados também é considerada importante por 73%. Muitas relatam ter ingressado na plataforma em momentos de vulnerabilidade, como após divórcios, demissões ou a chegada de filhos.

A pesquisa mostra que 49,5% dessas mulheres conciliam a direção com cuidados com familiares, o que inclui desde a atenção com os filhos até o apoio a idosos. O modelo de trabalho permite pausas quando necessário, algo geralmente mais rígido no mercado formal.

Segurança também aparece como tema central. Segundo o levantamento, 75,9% das motoristas sentem que estão mais expostas a riscos por serem mulheres. Os principais medos envolvem assaltos, paradas em locais isolados, insegurança no trânsito e assédio de passageiros. Para 51%, o temor de assédio sexual é recorrente.

Ainda assim, o estudo aponta que, após o início da atividade, o medo tende a diminuir. O percentual de mulheres que sentem receio elevado antes de dirigir cai de 21% para 6,3% com o uso da plataforma. As funcionalidades de segurança oferecidas pelo aplicativo são apontadas como responsáveis por esse avanço.

Entre elas estão o botão que permite aceitar corridas apenas com passageiras, o monitoramento em tempo real, gravação de áudio, alerta para paradas prolongadas e compartilhamento de rota com contatos de confiança. A 99 também investe em inteligência artificial para conectar passageiras a motoristas bem avaliadas em rotas de risco, além de enviar mensagens educativas.

A sensação de segurança também se estende às passageiras. Conforme o levantamento, 93% das motoristas notam que as mulheres transportadas demonstram se sentir mais confortáveis quando são conduzidas por outras mulheres. O dado reforça a percepção de vulnerabilidade enfrentada por passageiras em deslocamentos urbanos.

Além das tecnologias, a 99 desenvolve parcerias com o poder público para ampliar a proteção das mulheres. Entre os programas em vigor estão o projeto Cabine Lilás, com corridas assistidas para mulheres em situação de violência, e o protocolo “Não Se Cale”, que orienta sobre formas de pedir ajuda em casos de agressão.

Em 2025, o programa 99 Mais Mulheres passou por uma nova etapa. A empresa afirma ter investido mais de R$ 75 milhões em segurança, melhorias de tecnologia e ações voltadas para o incentivo à participação feminina no setor. A expectativa é de que essas iniciativas ajudem a tornar o transporte por aplicativo mais seguro, justo e inclusivo.

Com informações do Estadão Mobilidade.

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