Governo do Estado “esquece” de inaugurar o Terminal Campinas de Pirajá e gera reclamações em Salvador

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Por Emerson Pereira – Foto Reprodução Sómob

Em uma cidade onde a mobilidade urbana ainda é desafio diário para milhares de pessoas, a imagem de um terminal pronto, mas vazio, chama atenção. O Terminal de Ônibus de Campinas de Pirajá, finalizado desde 2024, segue fechado, sem previsão de inauguração. A situação vem gerando críticas de usuários e especialistas, e escancara uma falha recorrente na gestão da mobilidade urbana em Salvador: a distância entre a obra concluída e o serviço efetivamente entregue.

Apesar da estrutura moderna e da localização estratégica – ao lado da Estação de Metrô de Campinas de Pirajá – o terminal nunca chegou a ser aberto ao público. À época da conclusão, em outubro de 2024, a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB) afirmou que a operação aguardava apenas a transferência para a CCR Metrô Bahia, concessionária responsável pelo sistema metroviário. Nove meses depois, nada mudou. O terminal continua fechado, sem qualquer atividade e, pior, sem respostas.

Imagem da área do Terminal Campinas de Pirajá concluída em outubro de 2024 – Foto Reprodução SóMob

O silêncio que incomoda

O cenário tem causado estranheza e insatisfação, sobretudo entre os usuários que passam diariamente pela região e enxergam no terminal um potencial claro de melhoria para o sistema. A nova estrutura poderia reduzir o número de linhas que hoje seguem até os terminais de Pirajá e Águas Claras, diminuindo deslocamentos e desafogando pontos de integração já saturados.

Mas, ao invés de avançar, a situação estagnou. E o que deveria ser uma solução tornou-se mais um exemplo de como o transporte público pode ser negligenciado — mesmo quando a infraestrutura já está disponível.

A reportagem do SóMob procurou a CTB para entender os motivos da demora e saber se há previsão de inauguração do Terminal Campinas. Até o fechamento desta matéria, no entanto, nenhuma resposta foi enviada pela Companhia. O portal SóMob segue à disposição para publicar um posicionamento oficial assim que for encaminhado.

Uma cidade que espera

O caso do Terminal de Campinas de Pirajá não é isolado. Em Salvador, é comum ver obras anunciadas com entusiasmo e entregues com atraso — ou sem funcionalidade. No caso específico do terminal, a crítica é ainda mais contundente, pois o equipamento está tecnicamente pronto desde o ano passado.

Enquanto isso, a população segue lidando com terminais lotados, longos trajetos e integrações pouco eficientes. Cada dia de atraso representa uma oportunidade perdida de melhorar a experiência de quem depende exclusivamente do transporte coletivo.

Muito além de um terminal fechado

A ausência de justificativas por parte do governo estadual reforça a sensação de descaso. A mobilidade urbana, que deveria ser tratada como prioridade, segue sendo empurrada para segundo plano — mesmo diante de estruturas finalizadas e aptas para uso.

Mais do que uma questão de obra, trata-se de respeito com o cidadão. A entrega de um equipamento como o Terminal de Campinas de Pirajá poderia representar um avanço concreto na lógica do sistema: redistribuição de linhas, maior integração com o metrô, menos tempo em trânsito. Mas nada disso é possível enquanto o terminal permanece fechado, sem previsão, sem explicação.

Conclusão

O Terminal de Campinas de Pirajá está pronto. A população está pronta. O que falta agora é vontade política e compromisso com quem precisa do transporte público funcionando de verdade.

Obra pronta não é conquista se não vira benefício concreto. Enquanto isso, a sensação é de que o governo simplesmente “esqueceu” do terminal — e da população que poderia estar sendo atendida por ele.

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