Mobilidade ativa: o que é, benefícios e como Salvador tem avançado

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Modelo de transporte que prioriza o esforço humano, como o deslocamento a pé, de bicicleta ou patinete, ganha espaço no mundo e começa a se consolidar na capital baiana

Com a crescente necessidade de tornar as cidades mais sustentáveis, humanas e saudáveis, um conceito ganha força no debate soteropolitano sobre transporte urbano: a mobilidade ativa. Mais do que um modismo, trata-se de uma estratégia global para promover meios de deslocamento que não dependem de motores e que colocam o corpo humano em movimento, como caminhar, pedalar ou usar patinetes.

Em cidades onde o trânsito e a poluição comprometem a qualidade de vida, a mobilidade ativa vem se tornando uma solução prática, econômica e ambientalmente responsável.

Mas o que é mobilidade ativa?

Mobilidade ativa é o nome dado a qualquer forma de deslocamento em que o esforço físico do usuário é o principal meio de locomoção. Isso inclui, principalmente, caminhadas, uso de bicicletas, skates, patinetes não motorizados ou elétricos, entre outros.

A proposta vai além do transporte: envolve também urbanismo, saúde pública e inclusão social. O foco é garantir que as pessoas possam se mover com segurança, conforto e autonomia, com calçadas acessíveis, ciclovias conectadas e respeito no trânsito.

Quem são os pioneiros no mundo?

Diversas cidades ao redor do mundo já incorporaram a mobilidade ativa como eixo estratégico de planejamento urbano. Em Copenhague, na Dinamarca, cerca de 62% da população usa bicicleta para ir ao trabalho ou à escola. A cidade investe continuamente em infraestrutura cicloviária, conforto e segurança para os ciclistas.

A cidade holandesa Amsterdã é um Ícone mundial da cultura da bicicleta. Lá há mais bicicletas do que habitantes e uma malha cicloviária de mais de 500 km. Já Bogotá (Colômbia) é referência na América Latina. A capital colombiana criou as “Ciclovías dominicais”, fechando ruas aos carros aos domingos para uso exclusivo de pedestres e ciclistas.

Benefícios

A adoção da mobilidade ativa traz impactos positivos em diversas áreas. Na saúde pública, combate o sedentarismo e reduz doenças relacionadas ao estilo de vida. O Meio ambiente também é beneficiado com a redução das emissões de poluentes e do ruído urbano. Os custos com transporte público e combustível também caem, gerando benefícios à Economia, além do fomento do comércio local.

A Mobilidade Ativa também diminui o trânsito e, por que não dizer, promove a equidade, uma vez que permite o direito de ir e vir mesmo a quem não tem carro ou acesso ao transporte coletivo.

Desafios

Apesar dos muitos benefícios, há também desafios a serem enfrentados, como a falta de infraestrutura adequada, como ciclovias conectadas e calçadas acessíveis, e a baixa cultura de respeito ao pedestre e ciclista no trânsito. Clima e topografia podem ser obstáculos em algumas cidades, como em Salvador. Há também o risco de acidentes em ambientes urbanos mais movimentados, e a vulnerabilidade de grupos, como idosos e pessoas com deficiência, se a cidade não for inclusiva.

Como Salvador tem se movimentado

Em Salvador, a mobilidade ativa vem ganhando fôlego com investimentos recentes. A cidade já possui mais de 300 km de ciclovias e ciclofaixas, e ocupa hoje a 5ª posição no ranking nacional de malha cicloviária, segundo a Aliança Bike.

Outras ações incluem a requalificação de calçadas, sinalização de ciclorrotas em bairros e o incentivo a modos de transporte não motorizados, especialmente em áreas turísticas e próximas a corredores de ônibus.

Ainda há muito a avançar, especialmente no que diz respeito à acessibilidade das calçadas, integração com o transporte coletivo e segurança viária, mas muitos passos já foram dados.

Mobilidade ativa é o futuro

A mobilidade ativa não é uma tendência passageira. É uma resposta às crises urbanas e climáticas do nosso tempo. Ao priorizar o ser humano sobre os veículos, ela propõe uma cidade mais saudável, acessível e integrada.

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