Por Emerson Pereira – Foto Sidnei Santos/SPTrans
Diferentemente de outras grandes capitais brasileiras, São Paulo mantém ônibus circulando 24 horas por dia. Entre meia-noite e 4h, entra em funcionamento a Rede da Madrugada, sistema que cobre toda a cidade com linhas que atendem tanto os bairros quanto as proximidades de estações de metrô. Segundo a SPTrans, responsável pela gestão do transporte paulistano, 150 linhas operam nesse período, garantindo atendimento contínuo a todas as regiões da metrópole.
A manutenção do transporte público durante a madrugada facilita o deslocamento de trabalhadores e demais usuários que dependem do sistema fora do horário convencional. O modelo é frequentemente citado como referência e pode servir de exemplo para outras cidades do país.
Em Salvador, já existiu um serviço semelhante. As antigas linhas noturnas, identificadas pelo prefixo “N”, tinham a Estação da Lapa como ponto de integração e seguiam para diferentes regiões da capital baiana, cobrindo os principais corredores viários. Muitas dessas linhas eram resultado da fusão de itinerários regulares, como a rota para Cajazeiras — que atendia Cajazeiras 8, 10, 11 e Boca da Mata — e o atendimento ao Subúrbio Ferroviário, passando por Periperi e Paripe. A proposta era concentrar demanda em um período de baixa movimentação nas ruas.
Essas linhas foram descontinuadas há cerca de dez anos. Embora não haja um marco específico que explique o fim do serviço, a sensação de insegurança durante a madrugada é apontada como um dos fatores que dificultam a retomada de uma rede noturna pela Prefeitura e pelo Integra, além de gerar receio entre os usuários.
