Transporte por aplicativo cresce no Brasil, mas ainda enfrenta desafios de expansão

0
142

O uso de transporte por aplicativo no Brasil avançou de forma significativa nos últimos anos, mas ainda está longe de ser uma realidade para a maioria dos municípios. Segundo dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (MUNIC) 2024, divulgada pelo IBGE, o serviço cresceu 65% entre 2020 e 2024, mas está presente em apenas 26% das cidades brasileiras. Isso revela uma expansão concentrada em áreas urbanas maiores, enquanto milhares de municípios menores continuam dependentes de modais tradicionais.

Foto: Divulgação.

Dos 5.568 municípios avaliados, apenas 1.465 oferecem opções como Uber, 99 ou Cabify. Em contrapartida, 4.084 cidades afirmaram não dispor do serviço, e 21 não informaram dados. O levantamento mostra que o transporte por aplicativo ainda é um fenômeno urbano, com maior presença em estados como Rio de Janeiro (62%), São Paulo (48%) e Santa Catarina (48%), enquanto Piauí e Paraíba apresentam os menores índices de cobertura.

A pesquisadora Caroline Santos, do IBGE, destaca que a extensa malha rodoviária brasileira ainda determina a predominância do transporte convencional. Em municípios pequenos, com até 20 mil habitantes — que representam 81% do total — a infraestrutura limitada e a ausência de planejamento urbano dificultam a adoção de serviços sob demanda. Nesses locais, o transporte intermunicipal por ônibus é mais comum, enquanto o transporte intramunicipal é escasso.

O estudo também revela o panorama dos modais mais utilizados no país. O táxi lidera com presença em 80% dos municípios, seguido por ônibus intermunicipal (78%), vans (60%) e mototáxi (53%). Já o transporte por aplicativo aparece em quinto lugar, com 26%, à frente de modais como barco, avião, trem e metrô, que têm presença muito mais limitada.

Apesar das limitações, o crescimento expressivo do transporte por aplicativo indica uma mudança de comportamento e uma demanda crescente por alternativas mais flexíveis e tecnológicas. A expansão futura dependerá de fatores como o porte municipal, a integração com o transporte público e a formulação de políticas locais que incentivem a inovação na mobilidade urbana.

Enquanto os grandes centros urbanos ampliam suas opções de transporte, milhares de pequenos municípios mantêm modelos tradicionais, reforçando a necessidade de diagnósticos regionais e investimentos direcionados. A leitura dos dados do IBGE oferece um panorama valioso para gestores públicos, empresas de tecnologia e urbanistas que desejam promover uma mobilidade mais inclusiva e eficiente no Brasil.

Com informações do News Motor.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here