Com o crescimento da frota de veículos automáticos no Brasil, uma dúvida recorrente entre motoristas é sobre a real necessidade de trocar o óleo da transmissão. Embora algumas montadoras indiquem que o fluido é “vitalício”, especialistas alertam que essa definição costuma se referir apenas ao período de garantia do veículo — e ignorá-la pode trazer sérios prejuízos.

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O fluido de transmissão automática, conhecido como ATF, desempenha funções essenciais: lubrifica engrenagens, reduz atrito, controla a temperatura interna e garante trocas de marcha suaves. Com o tempo, porém, ele se degrada naturalmente devido ao calor, atrito e contaminação por partículas metálicas. Essa perda de eficiência compromete o desempenho da transmissão e pode causar falhas graves.
Carlos Napoletano Neto, diretor técnico da APTTA (Associação de Profissionais Técnicos em Transmissão Automática), afirma que nenhum lubrificante dura para sempre. “Após o período de garantia, o proprietário é responsável pela manutenção — e o câmbio é um dos sistemas mais sensíveis nesse aspecto”, explica.
A recomendação de oficinas especializadas é realizar a troca do fluido entre 60 mil e 100 mil quilômetros em condições normais de uso. Já em situações severas, como trânsito intenso, reboque frequente ou condução em terrenos irregulares, a substituição pode ser necessária antes desse intervalo.
Segundo o técnico Anderson Cesar Lira, a troca preventiva é uma das formas mais eficazes de preservar a integridade da transmissão. “O fluido cumpre várias funções ao mesmo tempo. Quando envelhece, ele perde essas capacidades, e isso pode causar falhas graves no câmbio”, alerta.
Ignorar a troca pode resultar em sintomas como trocas de marcha lentas ou bruscas, trancos, ruídos metálicos, cheiro de queimado ou vazamentos. Em casos extremos, o reparo da caixa de câmbio pode ultrapassar R$ 10 mil, enquanto a troca do fluido custa uma fração desse valor.
Em resumo, o óleo do câmbio automático não é eterno. A manutenção preventiva é essencial para garantir o bom funcionamento do sistema, evitar gastos elevados e prolongar a vida útil do veículo. Ao menor sinal de irregularidade, o ideal é procurar uma oficina especializada.
Com informações do News Motor.