Novo Renault Kwid por R$ 24 mil? Entenda por que esse preço não vale para o Brasil

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A notícia de que o novo Renault Kwid E-Tech poderia ser comprado por apenas R$ 24 mil causou alvoroço nas redes sociais nos últimos dias. O valor, inferior ao de muitas motocicletas vendidas no Brasil, gerou expectativa entre consumidores interessados em veículos elétricos. No entanto, a realidade por trás desse preço é bem diferente — e não se aplica ao mercado brasileiro.

Foto: Divulgação.

O valor reduzido está relacionado a um programa de incentivos do governo italiano, que busca acelerar a eletrificação da frota no país. Com € 597 milhões reservados em subsídios, o plano tem como meta vender 39 mil veículos elétricos até junho de 2026, com foco em famílias de baixa renda e pequenas empresas. Os descontos podem chegar a até € 11 mil por unidade, desde que o comprador atenda a critérios específicos.

Entre os requisitos para obter o benefício máximo estão: entregar um carro usado registrado antes de 2015, morar em cidades com mais de 50 mil habitantes e ter renda familiar anual inferior a € 30 mil. Famílias com renda de até € 40 mil também podem receber incentivos menores, enquanto empresas de pequeno porte têm direito a subsídios de até 30% do valor do veículo.

O modelo vendido na Itália, embora semelhante ao Kwid E-Tech brasileiro, é na verdade o Dacia Spring — versão europeia do compacto elétrico. Ele possui motor de 44 cv, bateria de 26,8 kWh e autonomia de até 225 km no ciclo urbano, seguindo os padrões do mercado europeu.

Além do Dacia Spring, outras marcas também se beneficiaram do programa italiano. O Leapmotor T03, da Stellantis, caiu para € 4.900; o Fiat 500e passou a custar € 9.950; e o Citroën e-C3 Aircross está sendo oferecido por € 15.790. Com isso, até SUVs compactos elétricos estão sendo vendidos por valores inferiores aos de carros populares a combustão no Brasil.

Por aqui, o cenário é bem diferente. O Renault Kwid E-Tech custa atualmente cerca de R$ 100 mil, e não há previsão de subsídios semelhantes aos aplicados na Europa. O programa italiano representa uma política pública ousada, voltada para a democratização dos veículos elétricos — algo ainda distante da realidade brasileira.

A expectativa de um Kwid elétrico por R$ 24 mil, portanto, não passa de um mal-entendido. O preço existe, mas está restrito a um contexto específico e a um país com políticas de incentivo bem estruturadas. No Brasil, a eletrificação da frota ainda enfrenta desafios como infraestrutura limitada, altos custos de produção e ausência de subsídios robustos.

Com informações do Garagem 360.

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