Baixa renovação de frota marca 2025 e frustra expectativas no transporte de Salvador

0
54

Por Emerson Pereira – Foto Divulgação PMS

O ano de 2025 caminha para ser mais um capítulo frustrante na política de renovação da frota de ônibus de Salvador. Ao longo do ano, a capital baiana recebeu pouco mais de 100 novos veículos para os sistemas Integra e BRT, número considerado insuficiente diante das necessidades do sistema e abaixo da média histórica recente.

Embora os ônibus tenham entrado em operação em 2025, eles não representam, de fato, uma renovação referente ao ano corrente. Os veículos fazem parte de um lote adquirido ainda em 2024, cuja entrega foi adiada devido a atrasos na produção por parte da fabricante Caio. Na prática, os operadores do Integra e do BRT não realizaram a tradicional compra anual de novos ônibus em 2025.

Com isso, 2025 passa a integrar uma lista curta, porém simbólica, de anos sem renovação efetiva da frota, ao lado de 2021. Nos últimos anos, Salvador vinha mantendo uma média de aproximadamente 170 ônibus novos incorporados anualmente ao sistema. Em 2024, esse patamar chegou a ser levemente superado, com destaque para a retomada da compra de ônibus articulados após um hiato de 12 anos, movimento visto à época como um sinal de avanço na modernização do transporte coletivo.

Ainda assim, o desempenho de 2025 gerou decepção, especialmente quando se observa que veículos fabricados em 2012 continuam em operação regular na cidade, ultrapassando uma década de uso. A presença desses ônibus mais antigos reforça a percepção de envelhecimento da frota e ajuda a explicar parte do descontentamento recorrente dos usuários com o serviço.

Para 2026, as projeções divulgadas pela Secretaria Municipal de Mobilidade são significativamente mais ambiciosas. A pasta fala em uma “mega renovação” que pode alcançar até 700 novos ônibus, o equivalente a quase um terço de toda a frota soteropolitana. Para viabilizar esse volume, a Prefeitura estuda diferentes frentes: a retomada da compra anual de veículos pelos operadores, aquisições com apoio de linhas de financiamento do BNDES e a incorporação de ônibus elétricos com recursos do Banco Mundial.

Caso se confirmem, as medidas representarão uma inflexão importante na política de frota da cidade. Até lá, no entanto, a gestão municipal terá um desafio considerável pela frente para reverter o atual cenário e responder a um dos principais pontos de insatisfação da população: o estado de conservação e a qualidade dos ônibus que circulam diariamente em Salvador.

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here