Quem esperava contar novamente com o serviço de mototáxi por aplicativo em São Paulo nesta quinta-feira (11) foi surpreendido. Em uma decisão de última hora, Uber e 99 anunciaram que não vão retomar as operações de motos na capital paulista, contrariando a promessa feita dias antes.

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O motivo da suspensão
As empresas, reunidas na Amobitec (Associação Brasileira de Mobilidade e Tecnologia), decidiram recuar após o prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionar a nova regulamentação para o setor. O texto prevê multas pesadas, que podem variar de R$ 4 mil a R$ 1,5 milhão por dia, em caso de descumprimento das regras.
Segundo a Amobitec, a lei representa uma “proibição disfarçada”, já que reúne exigências consideradas inviáveis para o modelo de negócio. As plataformas afirmam que têm respaldo da Lei Federal 13.640 e de decisões do STF para operar, e prometem recorrer à Justiça contra a legislação municipal.
As exigências da nova lei
Entre os pontos mais criticados pelas empresas estão:
- Placa vermelha: motos precisariam ser registradas na categoria aluguel, como mototáxis tradicionais.
- Bloqueio geográfico: proibição de circulação no Centro Expandido e em vias rápidas como Marginais e 23 de Maio.
- Bloqueio climático: vedação de operação em dias de chuva forte.
- Idade da frota: limite máximo de 8 anos para os veículos.
- Burocracia: exigência de curso de 30 horas, cadastro prévio na prefeitura com prazo de até 60 dias e proibição de bônus para motoristas.
Reação da prefeitura
O prefeito Ricardo Nunes reagiu com ironia à decisão das empresas:
“A vida agradece. Queriam ganhar dinheiro independente dos riscos à vida das pessoas. Com regras, critérios, não querem”, afirmou.
O que acontece agora
Sem previsão de retorno, o serviço de Uber Moto e 99 Moto permanece suspenso em São Paulo. A disputa, que antes estava nas ruas, agora migra para os tribunais. As plataformas tentarão obter liminares para operar sem as restrições impostas pela gestão municipal.
Com informações do Garagem 360.



