A Tesla registrou o maior volume de entregas de sua história no último trimestre: 497.099 veículos, superando as projeções mais otimistas do mercado e marcando um crescimento de 7,4% em relação ao mesmo período de 2024. O resultado foi impulsionado por consumidores que anteciparam compras antes do fim do crédito fiscal federal de até US$ 7.500, encerrado em 30 de setembro.

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Incentivo fiscal e reação do mercado
O movimento estratégico de antecipação de compras não apenas beneficiou a Tesla, mas também favoreceu concorrentes como General Motors, Ford e Hyundai. A resposta dos mercados foi imediata: em setembro, as ações da Tesla subiram 33%, adicionando US$ 401,9 bilhões ao valor de mercado da empresa.
Agora, investidores aguardam o balanço financeiro de 22 de outubro e a assembleia geral anual, que poderá aprovar um pacote de remuneração bilionário para Elon Musk, avaliado em até US$ 1 trilhão.
Desempenho por modelo
Os modelos Model 3 e Model Y lideraram as vendas com 481.166 unidades, representando alta de 9,4% na comparação anual. Já os modelos Model X, Model S e Cybertruck apresentaram queda de 30%.
Além dos veículos, a Tesla distribuiu 12,5 GWh em produtos de energia — quase o dobro do registrado no mesmo período anterior — e lançou o Megablock, sistema que integra armazenamento, transformador e chaveamento.
Desafios à frente
Apesar do recorde, Elon Musk alertou para “trimestres difíceis” após o fim dos incentivos fiscais e antes da produção em escala dos veículos autônomos. A reversão de regras de economia de combustível e emissões pela administração Trump também reduziu receitas com créditos regulatórios.
A versão mais acessível do Model Y, cuja produção começou em junho, teve o lançamento adiado para o quarto trimestre e deve ajudar a sustentar as vendas nos EUA.
Queda na China e Europa
Fora dos Estados Unidos, a Tesla enfrenta pressão. Na China, as remessas da fábrica de Xangai caíram em sete dos primeiros oito meses do ano, diante da concorrência de marcas como BYD e Xiaomi. Na Europa, as vendas recuaram 22% em agosto, e as novas inscrições despencaram 33% no acumulado de 2025.
Analistas consultados pela Bloomberg projetam que a Tesla encerrará o ano com 1,61 milhão de veículos vendidos — abaixo dos 1,79 milhão registrados em 2024, indicando o segundo ano consecutivo de queda.
Com informações News Motor.