Óleo adulterado: como identificar sinais e evitar danos ao motor

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O óleo do motor é um dos componentes mais importantes para o funcionamento adequado de qualquer veículo. Responsável por lubrificar o sistema de propulsão, reduzir o atrito entre peças, controlar a temperatura e manter os componentes internos limpos, ele é essencial para a durabilidade do motor. No entanto, a adulteração de lubrificantes ainda é uma prática recorrente no Brasil e pode comprometer seriamente a saúde do veículo.

Foto: Shutterstock.

Segundo dados da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF), cerca de 20% dos lubrificantes comercializados no país podem estar adulterados. Diante desse cenário, especialistas alertam para a importância de saber identificar os sinais de alteração no óleo, que muitas vezes passam despercebidos por motoristas menos experientes.

Entre os principais indícios de adulteração estão o escurecimento excessivo do óleo, que pode indicar oxidação ou acúmulo de resíduos da combustão, e a presença de partículas metálicas ou sujeira na vareta de medição — sinais de desgaste interno de componentes como mancais, pistões ou engrenagens. Óleos com aspecto leitoso também devem ser observados com atenção, pois podem indicar contaminação por água ou líquido de arrefecimento, formando emulsões que comprometem a lubrificação.

Além da aparência, o odor do óleo pode fornecer pistas importantes. Cheiro de combustível sugere contaminação, enquanto um aroma adocicado pode indicar a presença de líquido de arrefecimento. Já o cheiro de queimado é sinal de sobreaquecimento e degradação acelerada.

Apesar da utilidade da inspeção visual, especialistas reforçam que ela não substitui análises laboratoriais. O professor Clayton Zabeu, do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que alterações químicas, como variações na viscosidade e presença de metais, só podem ser detectadas por meio de testes técnicos. Thiago Vega, gerente de Desenvolvimento de Produtos da Vibra, destaca que esses exames são fundamentais para medir acidez, contaminação e desgaste interno.

A degradação precoce do óleo pode ser causada por diversos fatores, como o uso de combustíveis adulterados, condições severas de operação — como tráfego intenso e altas cargas — e falhas mecânicas que permitem a entrada de resíduos no sistema de lubrificação. Por isso, o uso de lubrificantes certificados e aditivos adequados é essencial para preservar o motor.

As consequências do uso de óleo adulterado são graves: aumento do atrito entre peças, formação de borra, obstrução de canais de lubrificação, superaquecimento, desgaste prematuro e até comprometimento de sistemas como transmissão e direção. Além disso, o consumo de combustível tende a aumentar, reduzindo a eficiência do veículo.

Para evitar problemas, especialistas recomendam adquirir óleo apenas em revendedores confiáveis, seguir as especificações do fabricante quanto à viscosidade e classificação técnica, respeitar os intervalos de troca e realizar inspeções periódicas. Como resume Danilo Sad, gerente de Marketing de Aditivos da Lubrizol América Latina: “O óleo escuro não é problema; o verdadeiro risco está em confiar em produtos sem procedência.”

A adoção de boas práticas na manutenção do veículo é a melhor forma de garantir segurança, desempenho e longevidade ao motor. Em tempos de mercado cada vez mais competitivo e exigente, cuidar da procedência do óleo é mais do que uma precaução — é uma necessidade.

Com informações News Motor.

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