A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa da Bahia aprovou, por unanimidade, a mudança de nome da Avenida Henry Ford para Avenida BYD, em Camaçari. A proposta, apresentada pelo deputado Júnior Muniz (PT), reflete a nova configuração do polo industrial da região, marcada pela chegada da montadora chinesa.
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Mudança simbólica e estratégica
A via abriga a unidade da BYD, que substitui o antigo complexo da Ford, encerrado no estado. Para o deputado Tiago Correia (PSDB), a alteração é coerente com a realidade econômica atual: “O complexo da Ford não está mais na Bahia, e não faz sentido manter o nome da rodovia”.
Histórico e contexto regional
A Avenida Henry Ford foi batizada em homenagem ao fundador da montadora americana, que inaugurou sua planta em Camaçari em 2001. Embora a Ford tenha encerrado a produção, ainda mantém um centro de engenharia na cidade. A mudança de nome acompanha o avanço da BYD, que ampliou sua presença e investimentos na região.
Na Argentina, há precedentes semelhantes: a fábrica da Volkswagen está localizada em uma avenida que também leva o nome de Henry Ford, próxima a uma antiga unidade da Ford.
Operação da BYD ainda não começou
Apesar do reconhecimento político, a fábrica da BYD em Camaçari ainda não está em operação. A empresa aguarda licença ambiental e enfrenta atrasos no cronograma. Até o momento, foram realizados apenas treinamentos e atividades de apresentação.
A produção está prevista para iniciar em regime SKD (Semi Knocked Down) até meados de 2026, com montagem local de veículos enviados em kits, sem processos como pintura ou soldagem.
Investimento e controvérsias
A BYD já anunciou investimento de R$ 5,5 bilhões na Bahia. No entanto, a empresa enfrenta denúncias de trabalho análogo à escravidão envolvendo operários chineses em situação migratória irregular. Há também questionamentos sobre salários uniformes, independentemente da função exercida.
Próximos passos
A renomeação da avenida representa um gesto institucional de apoio à nova ocupação industrial. No entanto, a efetiva operação da fábrica depende da obtenção de licenças e da resolução de pendências trabalhistas. Enquanto isso, o debate avança no campo político, e o setor produtivo aguarda o início das atividades.
Com informações do News Motor.
