O programa federal “Carro Sustentável”, que entrou em vigor oficialmente em julho de 2025, trouxe mudanças significativas para o mercado automotivo brasileiro ao zerar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos compactos produzidos no país. A medida, voltada para estimular a produção nacional e incentivar a compra de modelos mais sustentáveis, já apresenta resultados expressivos — especialmente para marcas como Fiat e Volkswagen.

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A Fiat foi uma das principais beneficiadas, com crescimento notável nas vendas dos modelos Mobi e Argo. Em julho, o Mobi registrou 8.099 unidades vendidas, um aumento de 27,6% em relação a junho. O Argo teve desempenho ainda mais impressionante, com 9.966 emplacamentos e alta de 37,7%. Esses números, divulgados pela Fenabrave, refletem o impacto direto da isenção fiscal sobre o comportamento do consumidor.
Em contrapartida, a Renault não conseguiu capitalizar o mesmo sucesso com o Kwid, mesmo sendo participante do programa. O modelo vendeu apenas 3.726 unidades em julho, uma queda de 30,1% em relação ao mês anterior — o segundo pior desempenho do ano. Isso evidencia que o incentivo fiscal, por si só, não garante competitividade, sendo necessário considerar fatores como percepção de marca, design e oferta de versões.
Outras montadoras também colheram frutos com o programa. A Chevrolet viu o Onix crescer 13,2%, enquanto o Onix Plus teve queda de 11,1%. A Volkswagen destacou-se com o Polo, que saltou de 11.492 para 12.940 unidades, tornando-se o carro mais vendido do Brasil em julho. Já a Hyundai teve desempenho misto: o HB20 caiu, enquanto o HB20S cresceu levemente.
O programa “Carro Sustentável” exige que os veículos atendam a critérios como emissão inferior a 83g de CO₂ por quilômetro, uso de mais de 80% de materiais recicláveis, produção nacional completa e classificação como compacto. Além disso, o governo lançou o IPI Verde, que redefine a base de cálculo do imposto para estimular a venda de modelos com menor impacto ambiental.
A iniciativa mostra potencial para redefinir o mercado de carros populares no Brasil. O sucesso da Fiat e da Volkswagen indica que, quando bem alinhada com a estratégia das montadoras, a política pública pode ser um catalisador de vendas. Já o desempenho da Renault Kwid serve de alerta: competitividade exige mais do que incentivos — requer produto, posicionamento e percepção de valor.
Com informações do News Motor.