Em uma decisão que promete impactar o comércio internacional e o mercado automotivo, o governo do México anunciou nesta quinta-feira (11) a imposição de uma tarifa de 50% sobre a importação de carros da China e de outros países asiáticos. A medida, que mais que dobra a taxa anterior de 15% a 20%, foi apresentada ao Congresso como parte de um projeto de lei mais amplo e ocorre em meio à crescente pressão dos Estados Unidos.

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Além dos automóveis, a nova regra também afetará mais de 1.400 categorias de produtos de países com os quais o México não possui acordos comerciais, como Coreia do Sul, Índia, Indonésia, Rússia, Tailândia e Turquia. Entre os itens incluídos estão aço, brinquedos, motocicletas e têxteis, com tarifas variando entre 10% e 50%.
Segundo o governo mexicano, o objetivo é proteger a indústria nacional e preservar empregos diante da concorrência com produtos asiáticos mais baratos. No entanto, analistas apontam que a decisão também atende a interesses estratégicos dos Estados Unidos, que temem que o México se torne uma rota alternativa para a entrada de produtos chineses no mercado americano, contornando as tarifas impostas por Washington.
A medida surge em um momento delicado, às vésperas da revisão do acordo de livre comércio USMCA (Estados Unidos-México-Canadá), prevista para o próximo ano. A presidente mexicana Claudia Sheinbaum tem sido pressionada por autoridades americanas a adotar posturas mais rígidas contra a presença chinesa no setor industrial.
Embora o governo afirme que a iniciativa visa fortalecer a produção local, especialistas alertam para o possível aumento nos preços ao consumidor, especialmente em segmentos como o automotivo. Com maioria no Congresso, o partido no poder deve aprovar o projeto com facilidade, consolidando uma mudança significativa na política comercial mexicana.
A decisão reacende o debate sobre os efeitos das tarifas protecionistas e o equilíbrio entre soberania econômica e influência geopolítica. Para os consumidores, o impacto pode ser sentido diretamente no bolso, enquanto para o mercado global, a medida representa mais um capítulo na disputa comercial entre potências.
Com informações do Garagem 360.